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Cooperativismo reergue Randi em Santo André
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
17/11/2001 | 17:50
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Depois de quase ir à falência, em meados do ano passado, a antiga fábrica Randi, de Santo André, foi assumida no início do ano pelos funcionários em sistema cooperativista, passou a se chamar Têxtil Cooper e agora cresce e se recupera. A companhia contratou mais funcionários, investiu em reformas e na aquisição de novas máquinas e duplicou seu faturamento, devendo fechar o ano com R$ 2 milhões de receita. Para o ano que vem, a cooperativa projeta dobrar novamente suas vendas em relação a este ano, para dar conta dos novos pedidos e dos investimentos.

O diretor financeiro da Têxtil Cooper, Almir Ramos Rodrigues, disse que, devido a problemas iniciais – algumas máquinas em estado precário de conservação –, a companhia perdeu de R$ 400 mil a R$ 500 mil em pedidos que não puderam ser entregues. A cooperativa mobilizou a equipe de manutenção e aplicou cerca de R$ 90 mil para recuperar máquinas e instalações elétricas, para a compra de mais equipamentos que permitissem ampliar a produção.

Começo – Quando os funcionários assumiram, a indústria de cobertores e mantas que levam atualmente a marca arrendada Randi estava com uma capacidade de fabricação de 14 mil kg ao mês, mas produzia apenas 30% desse volume. Agora, depois das melhorias, já tem capacidade para 38 mil kg mensais, e fabrica de 17 mil a 20 mil kg desses itens. Antes de virar cooperativa, eram 130 empregados, e quando os funcionários acertaram o acordo para evitar a falência, 83 deles aceitaram participar da autogestão.

“Agora já somos 109 cooperados, o sistema está dando certo.” Por enquanto, ainda não será possível obter sobra (o correspondente ao lucro para uma empresa cooperativa). “Estamos no zero a zero”. Mas expectativas são positivas. “Queremos chegar a 28 mil kg ao mês de produção; em faturamento, isso significará dobrar as vendas atuais”.

Com clientes que se mantiveram fiéis, como a Coop e a Casas Pernambucanas, e a ajuda da Organização Não Governamental (ONG) Unisol, ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que lhes deu suporte em cooperativismo, o diretor está confiante. Ele disse que a qualidade dos itens e o preço competitivo também ajudam. “Nossos produtos têm boa aceitação.”

A fábrica faz cobertores infantis em três tamanhos: júnior, de 0,90m por 1,40m; kids, de 0,90m por 1,10m; e baby (manta de recém-nascido), com preços sugeridos ao varejo respectivamente de R$ 15, R$ 11,50 e R$ 5. Fabrica também tamanhos adulto solteiro, de 1,50m por 2m (R$ 33 a R$ 43); casal, 1,80m por 2,20m (R$ 37 a R$ 50); e gigante, de 2,20m por 2,50m (R$ 54 a R$ 62); e mantas farroupilhas para casal (R$ 16,50 a R$ 22,50) e solteiro (R$ 14 a R$ 18).




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