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Grã-Bretanha sofre roubos misteriosos de esculturas ao ar livre
Da AFP
31/01/2006 | 19:08
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A polícia britânica está totalmente desconcertada diante dos misteriosos roubos de cerca de 20 esculturas de grandes dimensões que, há vários meses, desaparecem de áreas ao ar livre de Londres e arredores.

"Tem havido um aumento significativo no número de estátuas e bronze de grandes dimensões roubadas em Londres e arredores nos últimos 12 meses", disse o sargento Vernon Rapley, da unidade de Arte e Antigüidades da polícia metropolitana. Rapley se mostrou "especialmente preocupado" com os danos que as obras podem ter sofrido no momento do roubo.

O modus operandi dos ladrões é simples: eles encontram uma obra preciosa de bronze, exposta ao ar livre em um parque ou universidade e, em seguida, a roubam, usando até mesmo caminhões se for necessário.

Uma das três imagens de bronze que formam o conjunto 'The Watchers', de Lynn Chadwick, foi roubada no início de janeiro de um dos campus da Universidade de Roehampton, sudoeste de Londres. Com mais de dois metros de altura, seria preciso a força de oito homens para erguer a peça, avaliada em US$ 1,06 milhão.

Em meados de dezembro, a escultura 'A Reclining Figure', de Henry Moore, foi roubada da fundação dedicada a este artista em Hertfordshire, norte de Londres. A estátua, avaliada em US$ 3,8 milhões, ainda não foi encontrada e a Fundação Henry Moore oferece uma recompensa "substancial" para sua devolução.

As esperanças não são muitas, pois Rapley e seus homens confessaram o temor crescente de que o motivo do roubo não seja o valor artístico das peças, mas o material de que são feitas. Por isto, se mostram inclinados a acreditar que as obras foram roubadas apenas para serem destruídas e reaproveitar o metal. No entanto, antiquários e marchands não concordam.

"O valor destas peças como obras de arte supera e muito o valor do metal", afirmou Alexandra Smith, do site de buscas www.swift-find.com, especializado para encontrar pistas de obras de arte roubadas.

Segundo Dick Ellis, ex-encarregado da unidade anti-roubos de arte, as peças "não foram roubadas apenas pelo valor de seu metal, pois há muito que planejar e trabalhar para fazer algo assim". "Com a peça de Henry Moore, tiveram que roubar um caminhão só para poder erguê-la e transportar para outro suporte, possivelmente um contêiner, para seu posterior embarque e destino a outras áreas", explicou.

Ellis também sugeriu que, dada a natureza dos roubos e o modo de agir dos ladrões, é possível que estes trabalhem em vários grupos. Quanto ao destino das peças roubadas, o ex-policial foi categórico ao afirmar que "é possível que já estejam no exterior". "Só dou uma idéia: que possivelmente possam estar no leste europeu. (O mercado de obras de arte roubadas) é muito maior ali", sentenciou. Por enquanto, a Scotland Yard não conseguiu encontrar pistas e está num beco sem saída.




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