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Assembléia promete independência
Nicolas Tamasauskas
Do Diário do Grande ABC
11/03/2007 | 21:43
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Com renovação de mais de 50% no quadro, a nova legislatura estadual começa na próxima quinta-feira com a tradicional promessa de independência frente ao Poder Executivo tanto por aliados do governador José Serra (PSDB) quanto por oposicionistas, comandados pelo PT, a segunda maior bancada, atrás dos tucanos.

Os parlamentares do Grande ABC repetem o coro de autonomia que ecoa entre 94 deputados e brigam por posições: disputam lugares na nova Mesa Diretora e na liderança das legendas.

Entre os representantes da região, aquele que tem mais chance de emplacar é Donisete Braga (PT-Mauá). Próximo de um grupo que deve ter grande influência na nova bancada petista, comandado pelo ex-secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo Rui Falcão – deputado mais votado da legenda –, Braga é citado por diversos parlamentares como virtual 1º secretário. O posto é o segundo em importância na mesa, depois do presidente, que será Vaz de Lima (PSDB).

O petista é cauteloso. Diz que prefere esperar a reunião da bancada que acontece amanhã para a escolha do 1º secretário e do novo líder da legenda. “Ser o primeiro secretário seria uma grande honra, mas isso ainda está sendo discutido, e será definido com tranqüilidade pelo partido.”

Vanderlei Siraque (Santo André) disse na semana passada que não fazia campanha para ocupar a liderança da legenda por estar empenhado na indicação do PT à Prefeitura de Santo André, que disputa com a vice-prefeita Ivete Garcia.

Mas, em reunião da bancada da última quarta-feira, anunciou a intenção de ser o novo líder. O atual, Ênio Tatto, cita como prováveis sucessores Siraque, Simão Pedro e Hamilton Pereira.

Mário Reali (Diadema) também tinha essa intenção , mas desistiu alegando que começa a se empenhar desde já na disputa pela Prefeitura de Diadema no ano que vem. “Fizemos uma primeira discussão e vamos fechar essa questão na próxima segunda-feira (hoje)”, adiantou Tatto.

ESTREANTES

Os dois novatos do grupo do Grande ABC também buscam um lugar ao sol. Vanessa Damo (PV-Mauá) está de olho nas articulações para que seu partido ocupe a terceira secretaria, que ela irá pleitear.

“Meu nome está colocado. Tenho proximidade com secretários estaduais e com o próprio governador, o que me fortalece”, comentou Vanessa, para em seguida dizer que Serra “respeita” o Legislativo e que a escolha de parlamentar próxima do Governo não prejudicaria a tão falada e defendida independência entre os poderes.

Embora não admita, Alex Manente (PPS-São Bernardo) está em campanha pela 4ª secretaria. Com uma bancada menor, o PPS pleiteia o posto ou a presidência da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor.

O PT também quer a 4ª secretaria, mas parlamentares de vários partidos afirmam que haverá consenso na distribuição dos cargos da Mesa.

Na escolha do líder do PT, o grupo de Rui Falcão se movimentou na semana passada contra a candidatura de Simão Pedro. Valdemir Garreta, também ex-secretário da Prefeitura da Capital e um dos coordenadores da campanha de Marta Suplicy em 2004, telefonou para deputados petistas falando sobre um veto à candidatura de Simão. O motivo teria sido a assinatura do deputado estadual em um documento defendendo temas relacionados à “refundação do PT”.

Em uma decisão que caberá a Serra e sobre a qual pouco se comenta, é dada como provável a escolha de Barros Munhoz como líder do Governo na Assembléia. Três nomes estão cotados para liderar a bancada do PSDB: João Caramez, Pedro Tobias e Mauro Bragatto.

PRAGMÁTICO

“Acho que a oposição terá uma relação muito mais madura com o Serra do que com o Alckmin, pois ele tem perfil mais pragmático e mais experiência”, disse Mário Reali.

Para José Augusto da Silva Ramos (PSDB-Diadema) – adversário declarado de Reali na disputa pela Prefeitura de Diadema no ano que vem – situação e oposição na Assembléia irão “aprofundar a discussão política”. “Sem proselitismo, iremos discutir projetos.”




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