Cultura & Lazer Titulo São Bernardo
Professores do CAV cruzam os braços

Atraso no salário e falta de equipamentos são
algumas das reclamações; alunos apoiam medida

Miriam Gimenes
29/03/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Os alunos do período matutino do CAV (Centro de Audiovisual de São Bernardo) foram pegos de surpresa ontem. É que os professores entraram em greve por conta do atraso salarial referente a fevereiro – problema que vem acontecendo desde o ano passado –, que teria de ter sido pago no último dia 15, e pela escassez de equipamentos essenciais para o andamento das aulas. Após reunião com a equipe de educadores e a coordenação da entidade, os alunos foram dispensados.

Nem por isso eles ficaram quietos. Começaram, de pronto, a produzir curtas para ressaltar a importância dos cursos para manutenção do audiovisual na cidade. O primeiro foi postado ainda ontem no YouTube com o nome Não Vamos Deixar o CAV Morrer. “Queremos mostrar o que é o CAV, que nós somos a próxima voz do cinema brasileiro. Não é uma questão publicitária, de contar uma história, é uma questão da voz do Brasil, fazemos aqui o desenvolvimento artístico da sétima arte. Bloquear isso é muito sério”, diz Iara Campello, aluna do 1º semestre do curso de Cine e TV.

Desde o ano passado, os professores ameaçam parar por conta do atraso de pagamento dos salários que ficou sob a responsabilidade da Telem SA (Técnicas Eletro Mecânicas) assim que a concessão de 30 anos do Complexo Vera Cruz foi assinada, em junho do ano passado. Questionada, a empresa respondeu por nota que não comentaria a situação do CAV porque está em negociação.

OCUPAÇÃO
A movimentação dos alunos, que vêm sofrendo com o descaso em relação ao CAV, não para por aí. Eles planejam fazer uma manifestação hoje na Secretaria de Cultura para se solidarizarem com os professores e pedirem a resolução dos problemas que a entidade está passando. “Eles (professores) pararam porque chegaram em uma situação limite mesmo. Vamos ajudar e defender a escola, que de fato é nossa, da população, e precisamos de diálogo com a Secretaria de Cultura, ter algum retorno”, reclama Cintia Andrade, também do 1º semestre de Cine e TV. A secretaria, gerenciada por Osvaldo de Oliveira Neto, é que faz a ponte entre a Telem e o CAV .

É por isso que os alunos estão fazendo abaixo-assinado, endereçado à Pasta, reivindicando, além do pagamento em atraso, a manutenção e compra de equipamentos básicos – faltam lâmpadas e projetores, kit de limpeza de câmera, mouses, HD externo, lousas, as mesas de luz estão quebradas, entre outras coisas – além da reforma predial urgente. A Prefeitura informou que mediante ao não cumprimento do pagamento dos colaborares do CAV pela Telem, a Administração “está tomando as providências cabíveis” e agendou para hoje com a instituição.




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