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Gaerco e Corregedoria prendem policiais por extorsão em S.Bernardo
Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
11/06/2008 | 07:12
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Os policiais civis Cláudio Brandão de Jesus e Ivaldo Alves de Oliveira, do 5º Distrito Policial de São Bernardo, foram presos ontem de madrugada por tentativa de extorsão em uma ação conjunta da Corregedoria da Polícia e do Gaerco (Grupo Especial de Atuação Regional para Repressão e Prevenção ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual. Eles teriam cobrado R$ 50 mil para liberar Mário Sérgio de Araújo, procurado por latrocínio, de um flagrante de porte ilegal de armas.

A extorsão foi descoberta por meio de escutas telefônicas. O Gaerco interceptou uma chamada da mulher de Araújo, que buscava levantar o dinheiro com integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Pelo telefone, ela disse que a polícia havia detido o casal, que portava uma arma. Como ele era procurado, se fosse preso, teria de cumprir 24 anos de prisão.

Os policiais teriam dito à mulher que, caso ela conseguisse o dinheiro, deixariam Araújo fugir. Caso contrário, além da prisão dele, atrelariam a arma apreendida a ela, que também seria presa. O casal foi detido por volta da 18h no bairro Paulicéia, em São Bernardo.

Ao ouvir a conversa, a promotora Sandra Reimberg, do Gaerco, acionou a Corregedoria da Polícia Civil e dirigiu-se ao 5º DP. Entretanto, ao chegar, o flagrante contra Araújo já estava sendo elaborado. Isso porque policiais da Delegacia de Homicídios da cidade souberam da prisão dele, que é suspeito de ter cometido um segundo assassinato a mando do PCC.

"Os dois policias não tiveram o que fazer senão efetuar a prisão porque outros policias souberam que o foragido havia sido detido", explicou a promotora. Assim, mesmo com o dinheiro, a mulher não pôde libertar o marido. Ela já havia dado R$ 2.300 aos policiais.

"Depois de muita conversa, conseguimos convencer a mulher a depor contra os policiais. Então, os levamos à Corregedoria da Polícia Civil, no bairro da Consolação, na Capital", disse a promotora.

O delegado-seccional da cidade, Marco Antônio de Paula, informou que nem os demais agentes do 5º DP e nem os policiais da Delegacia de Homicídios souberam da tentativa de extorsão. Tanto é que, assim que souberam da detenção, começaram a elaborar o flagrante. "Esses policias não tiveram a menor responsabilidade. Além de praticar um crime, colocariam em liberdade um homem que responde por latrocínio e é envolvido com o PCC. Ele poderia muito bem fazer ataques contra outros agentes", disse o delegado.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Araújo e dos dois policiais.




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