Economia Titulo
Etanol chega a
R$ 2,48 na região
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
01/04/2011 | 07:30
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O consumidor segue sem opção para abastecer seu carro. Mesmo com o início da produção da nova safra da cana-de-açúcar (2011/12), que irá preencher o mercado nos próximos dias - o que teoricamante reduziria os preços - o que se vê no Grande ABC é o oposto: a previsão é de que o litro do combustível renovável custe R$ 0,08 a mais já a partir de hoje. O alerta é do presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), Toninho Gonzalez.

Isso irá elevar o preço do etanol a uma média de R$ 2,48 na região. Há semanas que o combustível aumenta quase que diariamente nas bombas. "Não tenho ideia do que possa puxar essa alta. Está virando algo totalmente especulativo. Estamos muito preocupados, pois o preço era para começar a baixar e, na realidade, está aumentando", ressaltou.

A amortização nos custos do etanol em todo o País, que com a nova safra seriam sentidos nos próximos dias, pode ficar até 22% mais caro na supersafra (abril e maio), do que no mesmo período do ano passado.

Dessa forma, o litro dificilmente ficará abaixo de R$ 1,89, pois houve uma escalada nos custos do combustível durante a entressafra: saltaram até R$ 0,40 na região. "Uma queda mais drástica poderá ser sentida apenas da segunda metade de abril para frente", explicou Gonzalez, ao defender que o litro para o consumidor final deveria ser, no máximo, de R$ 1,24.

Recentemente, a ANP (Agência Nacional do Petróleo), autorizou elevar de 0,4% para 1% a quantidade de água no litro do etanol anidro - utilizado somente na mistura com a gasolina. Para complementar a medida, o governo decidiu também importar o combustível a fim de gerar maior oferta no mercado interno, mantendo os preços mais baixos e estáveis.

Apesar das determinações, o litro da gasolina na região já chega a R$ 2,89 - nos últimos dois meses, o preço subiu R$ 0,30.

O proprietário de um posto em Santo André, Marcos Postigo, reclama que há cinco dias não compra um litro de álcool. Está vendendo 1.000 litros por dia contra 12 mil há dois meses. "Esse preço está uma covardia perante o consumidor e o revendedor. O usineiro fala em entressafra, outros falam que é para produzir açúcar. Está crítico", declarou, ao reiterar que vende a cada dia com menor margem de lucro a fim de não repassar na bomba, o que se tornou inviável nos últimos dias.

Quando os preços começarem a reduzir, a baixa será repassada ao consumidor, segundo outro proprietário de posto Eugênio Bianchi. Contudo, ele contrapôs que isso pode demorar para acontecer em razão de estoques que os postos dispõem nas bombas, já que quase ninguém está enchendo o tanque com álcool.

PRODUÇÃO - A alta do etanol acontece ao mesmo tempo em que a Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) anuncia expectativa de produção 2,1% maior da matéria-prima para a nova safra, em relação à última colheita. A previsão é de moer 568,5 milhões de toneladas de cana.

Além disso, a Unica explicou que as colheitas de início de safra dependem das condições climáticas. Como o tempo comprometeu o desenvolvimento das plantas entre abril e agosto de 2010, o resultado foi uma produção menos expressiva.




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