A Vila de Paranapiacaba, em Santo André, sofreu o segundo incêndio criminoso em menos de três dias. Por volta das 23h30 de segunda-feira, uma casa do início do século 19, em área de difícil acesso, foi totalmente destruída pelas chamas. Na noite de sexta, uma guarita da GCM (Guarda Civil Municipal), em frente a uma das entradas do Parque Municipal Nascentes de Paranapiacaba também ruiu em cinzas.

A Vila vive um clima de medo e revolta com a destruição do patrimônio histórico, tombado pelos governos municipal, estadual e federal. Ainda não há pistas relacionadas aos autores dos ataques.

Paranapiacaba pertence a Santo André. As pessoas que moram nas edificações históricas têm de pagar aluguel para a administração municipal. Muitos locatários estão em processo de despejo, devido aos atrasos no pagamento dos aluguéis. A insatisfação com os despejos seria uma das hipóteses para os ataques.

Os alvos são atacados sempre em horários em que não há ninguém por perto. Segunda, no final da noite, a casa desocupada de oito cômodos, construída em madeira de pinho, com telhados franceses e louças escocesas começou a pegar fogo. Os primeiros vizinhos só se deram conta do incêndio quando ouviram os estalos da madeira queimando e pediram socorro.

Então, guardas civis chegaram ao local e tentaram controlar o incêndio em um dos quartos, utilizando mangueiras dos vizinhos. O Corpo de Bombeiros – que saiu de Ribeirão Pires – chegou cerca de 40 minutos depois, por conta do atolamento de um dos caminhões, e encontrou boa parte da casa comprometida. Como a rua é estreita, os bombeiros emendaram várias mangueiras para chegar até o local do incêndio, mas não conseguiram evitar a destruição total do patrimônio.