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Santo André luta pela figueira histórica
Isis Mastromano Correia
Do Diário do Grande ABC
31/01/2008 | 07:06
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A Prefeitura de Santo André luta para recuperar a figueira histórica do Parque Celso Daniel. Em visita feita ontem à área verde, o diretor do Depav (Departamento de Parques e Áreas Verdes), Vitor Mazzeti Filho, disse que a planta centenária está condenada por conta de um processo irreversível de ataque de fungos. No entanto, a administração não vai desistir de salvá-la, ao menos parcialmente.

“O estado dela é bastante crítico”, disse Mazzeti Filho. “Nossa insistência em mantê-la de pé se deve ao fato dela ser um exemplar especial, que se confunde com a história do próprio parque”, completou. De acordo com o especialista, brocas que se alimentam de celulose estão criando galerias na parte interna da árvore, proporcionando um ambiente ideal para fungos.

No dia 28 de dezembro, um tronco aprodecido se desprendeu da figueira e atingiu três pessoas. Duas delas sofreram traumatismo craniano. O laudo oficial que apontará as causas deve sair após o Carnaval.

De acordo com o diretor do Depav, até o acidente, a árvore não apresentava sinais externos do problema. A partir de fevereiro, quando a Prefeiura realizará o manejo de árvores no Parque Celso Daniel, parte da copa da figueira será suprimida, para livrar a árvore de parte do peso.

Outra tática para garantir a sobrevivência da figueira é a condução de suas raízes aéreas para o solo. Essas raízes funcionarão como uma espécie de muleta, que sustentará a planta por mais algum tempo. No entanto, todas essas medidas são paliativas, de acordo com Mazzeti Filho.

A árvore, tão íntima dos freqüentadores do parque, não é nativa. A planta é originária da Índia e produz figos diferentes dos consumidos usualmente no Brasil. Por isso, nenhum animal que habita o parque depende diretamente da figueira para se alimentar e, quando a planta antingir o final de seu ciclo, a fauna não será afetada.

Seja como for, a cidade não deve perder totalmente a figura da árvore centenária. De acordo com o diretor do Depav, mesmo sem vida, resquícios da figueira continuarão no local. O manejo de árvores previsto para as próximas semanas será feito especialmente no caso de eucaliptos e demais figueiras do Celso Daniel e da Chácara Pignatari, onde há antigos exemplares dessas plantas.

A Prefeitura minimiza o problema relacionado às palmeiras. Na semana passada, um exemplar atingiu duas pedestres no calçadão da Coronel Oliveira Lima, no Centro. A administração diz que as plantas espalhadas pela cidade não oferecem risco e que a ocorrência foi “pontual”.

Outra árvore condenada é o Pau da Missa, planta tradicional em Paranapiacaba. O eucalipto, típico da Austrália, será totalmente retirado. O Depav clonará o material genético da planta para preservar as caracteristicas e, assim, recriá-la. “Ele está com pragas e em fim de ciclo. O tronco está ofendido”, disse Mazzeti Filho.



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