Moradores da Estrada Samuel Aizemberg, no bairro Alves Dias, em São Bernardo, têm reclamado do tráfego intenso de caminhões betoneiras pelo local. Durante o percurso, derramam concreto sobre a via e danificam o asfalto. Procurada pelo Diário, a Prefeitura de São Bernardo não se manifestou sobre o problema.

O trecho mais afetado fica nas proximidades do número 300, uma subida íngreme que favorece o deslocamento do produto para fora do tambor (ou balão, como diz quem trabalha no setor de construção). Rachaduras, buracos e lombadas afetam o pavimento e causam transtornos para quem vive por lá.

O mecânico Rafael Nicodemus Ribeiro, 25 anos, nota outros danos. O concreto derramado pelas betoneiras entupiu um bueiro nas proximidades de sua oficina. "Pode ver, está até a boca. Quando chove, não serve para nada."

A operadora de máquinas Maria do Socorro Cassiano, 48, passa pelo local todos os dias. No tempo seco, sente na pele um dos problemas causado pelo produto ressecado no asfalto. "Os carros passam e levantam aquele poeirão todo."

"Os carros derrapam quando tentam rodar em cima do concreto úmido. Andando fora da calçada, já cheguei a cair sobre o asfalto", diz a auxiliar administrativa Telma Rodrigues, 47.

O responsável por uma empresa próxima ao local mais afetado pelas betoneiras, Alexandre Brito, diz que tem tomado medidas preventivas. "Motoristas dos nossos caminhões que não têm um dispositivo interno para reter o concreto foram orientados a usar outra rua. Vão receber até advertência, se descumprirem." Brito explica que a sua concreteira não é a única na região. "Não é à toa que o apelido dessa área é concrelândia."