As horas perdidas à espera de auxílio no Pronto Atendimento Central custam caro aos munícipes de Santo André - e não somente em relação ao tempo desperdiçado. A falta de um estacionamento público e gratuito obriga pacientes, familiares e amigos a utilizarem espaços particulares no entorno do prédio.

 Quase não há vaga nas quadras ao redor do PA, repletas de guias rebaixadas. Na impossibilidade de parar o carro na rua, os motoristas estacionam numa das quatro garagens pagas num raio de 100 metros. Cada uma recebe, em média, 20 veículos de usuários por dia e cobram até R$ 3 a hora.

 O gasto do morador é proporcional à ineficiência do serviço público. Caso seja obrigado a aguardar seis horas pelo atendimento, como registrado pelo Diário na semana passada, gastará ao menos R$ 10.

 O estacionamento público mais próximo fica embaixo do viaduto que serve de contorno à Praça 4º Centenário, sede da Prefeitura. Porém, é utilizado por funcionários do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e é liberado para a população apenas aos sábados, domingos e feriados. São 48 vagas que servem, em esquema de rodízio, 180 veículos dos concursados da autarquia.

 A situação enerva o professor Robson Arbartavicius, 28 anos. "Precisei levar a minha sobrinha de 10 meses ao PA e não havia vaga. Acho injusto o Semasa contar com um estacionamento exclusivo bem em frente ao local."

 A comerciante Cinthia Cristina Maria, 36, defende um espaço público para quem pretende ir ao PA. "É necessário, mas precisaria também ter segurança." Ela já viu assaltantes levarem seu carro em frente ao PA Bangu.