Internacional Titulo
Casa Branca rejeita decisão que determina suspensão de grampos
Da AFP
17/08/2006 | 19:14
Compartilhar notícia


A Casa Branca rejeitou energicamente nesta quinta-feira a decisão de um juiz que determinou a suspensão de escutas telefônicas sem ordem judicial autorizadas pelo presidente George W. Bush, argumentando que este é um dos "instrumentos mais vitais e eficazes" contra o terrorismo. "Não poderíamos desaprovar mais esta decisão", assinalou o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, em um comunicado.

A juíza federal Anna Diggs Taylor emitiu nesta quinta uma ordem que proíbe o programa de vigilância terrorista que utiliza "grampos" para monitorar milhões de cidadãos americanos, alegando que a medida extrapola os poderes do presidente. "Nunca foi a intenção dos artífices (da Constituição) outorgar ao presidente um controle sem limites", escreveu Taylor em seu veredicto de 44 páginas.

Snow informou que o governo apelou da decisão e que a aplicação da sentença ficará suspensa até uma audiência prevista para o dia 7 de setembro.

A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), com autorização de Bush, iniciou um programa de escutas telefônicas (sem ordem judicial) após os atentados de 11 de setembro de 2001, para monitorar as chamadas entre os Estados Unidos e o estrangeiro. O esquema foi revelado pela imprensa americana em dezembro passado.

Este programa "tem se revelado um dos instrumentos mais vitais e eficazes na guerra contra o terrorismo", afirmou Snow. "Os funcionários de inteligência dos Estados Unidos confirmaram que este programa ajudou a impedir ataques terroristas e a salvar vidas de cidadãos americanos".

A juíza respondeu a uma solicitação apresentada ao tribunal federal de Detroit (Michigan) por organizações de defesa das liberdades civis contra a NSA, a pedido de jornalistas, advogados, professores e outros trabalhadores que alegavam que não podiam desenvolver seu trabalho por medo que suas comunicações fossem monitoradas.

A ACLU, uma influente organização de defesa dos direitos civis, também processará as companhias telefônicas que participaram do programa, ao assegurar que violaram as obrigações com seus clientes.

A juíza também rejeitou um pedido do governo para declarar inaceitável o pedido da ACLU sob o argumento de que o programa de escuta é um segredo de Estado. "O fato de o governo espionar americanos inocentes sem qualquer mandato (judicial) e sem autorização do Congresso contraria os próprios fundamentos de nossa democracia", declarou Anthony Romero, diretor-executivo da ACLU.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;