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Saúde de idosos e bebês é mais afetada pelo tempo seco
Do Diário do Grande ABC
10/09/2004 | 14:29
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O número de atendimentos a pessoas com problemas respiratórios cresceu também nos hospitais e clínicas particulares da região procurados nesta quinta pela reportagem do Diário. Em Santo André, o Hospital Beneficência Portuguesa registrou 20% de aumento nas IVAs (Infecções Aéreas Superiores). A mesma incidência foi apontada pela equipe do pronto-atendimento do Hospital Assunção, em São Bernardo, que informou também que o problema vem se acentuando desde o início do mês, período em que a temperatura se mantém estável.

Os especialistas afirmaram que os pacientes - crianças e adultos - se queixam de tosse, coriza e ardor nos olhos, que muitas vezes acabam por desencadear crises alérgicas de conjuntivite, rinite, bronquite e asma. Os mais afetados, porém, são os bebês e os idosos.

De acordo com a médica pediatra Cintia Fernandes, que atende no HMU (Hospital Municipal Universitário) de São Bernardo, o problema atinge principalmente crianças lactentes, ou seja, com até 2 anos de vida. “É que os bebês que estão nesta fase têm ainda as vias aéreas muito estreitas, o que aumenta a concentração dos poluentes e até favorece a incidência de viroses”, explicou.

A médica, que além de atuar no HMU também atende em uma clínica particular na Vila Duzzi, calcula que a procura tenha aumentado 40% na última semana por conta do ar seco e da poluição. “Os problemas mais freqüentes têm sido gripes, resfriados e pneumonia”.

Já o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, que atende no Hospital Beneficência Portuguesa de Santo André, ressalta que os idosos, junto com as crianças, fazem parte do grupo que corre mais risco de desenvolver IVAs. “Quando a temperatura não está entre 15ºC e 25ºC., essas pessoas ficam mais expostas a doenças respiratórias. Isso porque elas têm menor possibilidade de defesa”, explicou.

Os mais prejudicados pelas IVAs, no entanto, são aqueles que sofrem ou já sofreram de doenças como rinite, sinusite, faringite e bronquite. “Sem dúvida, essas pessoas têm maior chance de entrar em crise”, afirmou.

Segundo Alfredo, as precauções que devem ser tomadas durante todo o ano devem ser intensificadas em períodos de baixa umidade do ar e alta concentração de poluentes. “São coisas básicas como evitar tomar gelado, não se expôr demais ao sol, se alimentar bem, fazer atividades físicas com moderação”, afirmou.

À espera de chuva - Mesmo sem sofrer de doenças respiratórias crônicas, a pequena Monise Azanha Rodrigues, de 5 meses e meio, sente na pele o baque de respirar ar seco e carregado de ozônio. Quinta à tarde, ela apresentava um quadro de febre, obstrução nasal, apatia e perda de apetite, o que obrigou sua mãe, a técnica de laboratório Monise Azanha Rodrigues, 29 anos, moradora do bairro Planalto, em São Bernardo, levá-la às pressas na pediatra. “A médica atribuiu a crise dela à poluição e recomendou banho morno em ambiente com esterilizador de ar, inalação com soro fisiológico e ingestão de muito líquido”, disse. “Agora, é esperar para que chova logo”.




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