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Golpista do carro 0km é indiciado
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
14/09/2006 | 22:49
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Depois de enganar dezenas de clientes interessados em comprar carro 0km com desconto ou obter empréstimo sem avalista, José Aparecido de Oliveira, 43 anos, foi indiciado por estelionato e teve seu “escritório” descoberto pela Polícia Civil de São Bernardo. Da casa onde vivia, no bairro Assunção, ele comandava a quadrilha que lesou consumidores de todo o país.

A Justiça decretou quarta-feira a prisão temporária de Oliveira, o Cido. Ele está internado no Hospital Anchieta, com problemas cardíacos. A polícia aguarda alta médica para consumar a prisão do acusado.

A quadrilha, segundo a polícia, anunciava em jornais e sites especializados a venda de veículos 0km da Volkswagen, General Motors, Toyota e Ford. O desconto oferecido chegava a 20% em relação ao preço médio cobrado pelas revendas autorizadas.

O cliente, seduzido pela proposta, telefonava para financiadora fantasma. Cido se apresentava geralmente como Marco Aurélio, Aldo, Felipe ou Gil. O desconto generoso, explicava o estelionatário, era possível porque os carros ofertados pertenciam às cotas de bonificação dadas aos funcionários das montadoras.

Convencido, o comprador mandava por fax cópias do RG, CPF, comprovante de residência e de rendimentos à “financiadora”. Em seguida, Cido pedia que o cliente depositasse em contas no nome de laranjas 20% do valor do veículo. Em seguida, emitia nota fiscal fria, semelhante às emitidas pelas concessionárias, com logotipos das montadoras. O consumidor jamais receberia o veículo. Segundo a polícia, houve quem pagou o valor integral, à vista.

A empresa fantasma também prometia a liberação de empréstimos, depois que interessado depositava 10% da quantia requerida, uma espécie de seguro fiança. A quadrilha ainda anunciava o aluguel de uma casa de alto padrão no Guarujá, para temporada. Exibiam fotos da propriedade e os turistas pagavam adiantado.

Segundo a polícia, pelo menos 50 boletins de ocorrência contra a quadrilha foram registrados e pelo o menos 10 contas de laranjas identificadas.

Além de Cido, foi indiciada por estelionato Vilma Lourenço, 31, que conseguia os correntistas. A polícia ainda pediu a prisão preventiva de Pedro Assao Higuti, 50; ele é acusado de ser sócio de Cido e operar o esquema em de Pinheiros, bairro da Capital.

Cido e Higuti integravam a quadrilha de Luís Carlos Bravim, preso há um ano em Jundiaí. Ele liderava o esquema de vendas por telefone que em três anos chegou a prejudicar mil clientes, em mais de R$ 6 milhões.



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