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Presidente checheno afirma que guerra no país durará meses
Do Diário do Grande ABC
18/07/2000 | 11:45
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A guerra na Chechênia "vai durar ainda três ou quatro meses; depois serao iniciadas negociaçoes com Moscou", assegurou o presidente independentista checheno Aslan Maskhadov.

Os russos se encontram na Chechênia no mesmo atoleiro que durante a primeira guerra (dezembro 1994-agosto 1996) os levou a abrir negociaçoes com os independentistas. Maskhadov, que afirmou se encontrar em "algum local do Sudeste da Chechênia", revelou que "os mesmos gerais de Moscou que se equivocaram durante a primeira guerra persistem pondo à frente (da república) os novos títeres (de Moscou)".

A Rússia, que nega qualquer legitimidade ao presidente Maskhadov, nomeou em 12 de junho o ex-mufti (chefe religioso) da Chechênia, Akhmad Kadyrov, administrador da república rebelde.

A intervençao militar na Chechênia, que começou em 1º de outubro de 1999, deixou 40 mil mortos entre a populaçao civil e cerca de 2 mil entre os combatentes independentistas, estimou Aslan Maskhadov, admitindo que "dispor de informaçoes precisas nas condiçoes atuais é bastante difícil".

Maskhadov afirmou que os independentistas, cujas açoes se limitam ultimamente a emboscadas e atentados suicidas, estao em condiçoes de lançar uma ofensiva de grande envergadura para reconquistar o terreno controlado pelos russos.

"Durante a guerra anterior, os generais russos pensaram que nao tínhamos meios para lançar uma operaçao em grande escala, e demonstramos a eles o contrário. Hoje dispomos de mais meios", assegurou.

Ao ser perguntado sobre os atentados suicidas de 2 e 3 de julho, que causaram pelo menos 33 mortos das fileiras russas na Chechênia, Maskhadov afirmou que "estes atos constituem um novo fenômeno, uma reaçao às agressoes das forças federais à populaçao civil".

"Sei que existe uma unidade de cerca de 125 combatentes dispostos a morrer, depois de ter prestado juramento sobre o Corao. Eu os definiria melhor como vingadores, pessoas que querem vingar as humilhaçoes e a morte de seus entes queridos", disse.

Paralelamente a seu chamado à reconquista de terreno na Chechênia, Aslan Maskhadov afirmou estar disposto a se reunir com o presidente Vladimir Putin, insistindo em que "só um encontro entre os dois presidentes (Maskhadov e Putin) permitirá encontrar uma soluçao justa" ao conflito.

Até o momento, Moscou se recusou a fazer qualquer negociaçao com os independentistas, oferecendo a eles apenas a possibilidade de se entregar em troca de uma anistia.




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