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BID libera U$ 1,1 bilhao ao Brasil nesta 3ª
Do Diário do Grande ABC
14/11/1999 | 18:29
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O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estará liberando US$ 1,1 bilhao nesta terça-feira para o Brasil. Trata-se da primeira parcela da última linha de crédito que a instituiçao estará concedendo ao país ainda dentro do acordo emergencial entre o governo brasileiro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros organismos estrangeiros, no valor total de US$ 41,5 bilhoes. Com esses recursos, até o final de novembro, as reservas brasileiras devem contar com um reforço de US$ 2,43 bilhoes.

A segunda parcela do empréstimo, que estava prevista para sair ainda no dia 10 de dezembro deste ano foi adiada para o mês de janeiro de 2000 e deve ficar em US$ 660 milhoes. A última parcela, no valor de US$ 440 milhoes, só será liberada em março, depois que uma missao de técnicos do BID vier ao Brasil para conferir se o governo está cumprindo as metas sociais previstas no empréstimo. Ao todo, a linha de crédito soma US$ 2,2 bilhoes que devem ser aplicados em projetos em áreas sociais.

A entrada desses recursos no país deve aumentar as suas chances de atingir a meta definida com o Fundo Monetário Internacional de fechar 1999 com as reservas em US$ 23,3 bilhoes e dá poder de fogo ao Banco Central para intervir no mercado de câmbio sempre que for necessário para conter eventuais pressoes sobre o dólar, como as que foram observadas ao longo do último mês, quando a moeda americana ultrapassou a barreira psicológica dos R$ 2 mais de uma vez.

Além do dinheiro do BID, o Banco Central espera engordar as reservas do país com mais 1,3 bilhao de euros (US$ 1,33 bilhao), referentes às duas últimas captaçoes de recursos no mercado europeu. Nao está descartada a reabertura do lote vendido na sexta-feira de papéis com prazos de dois anos, o que pode aumentar ainda mais o volume de recursos que poderao ser contabilizados nas reservas.

A previsao é de que a liquidaçao da operaçao só aconteça no dia 26 de novembro, o que ainda deixa espaço para que o governo reabra a emissao outras vezes, como fez nos últimos leiloes, ou seja, ofereça os mesmos papéis para outros investidores, sem, contudo, causar prejuízos àqueles que já compraram os títulos brasileiros.

O dinheiro do BID oferece ao país muitas vantagens, já que custa mais barato do que emitir papéis de longo prazo no exterior, tem um prazo menor do que as linhas que estao sendo oferecidas ao país pelo FMI e pode ser usado na contagem das reservas, o que nao acontece com o dinheiro do fundo. Por isso mesmo é que o presidente do BC, Armínio Fraga, esteve no Senado Federal para pedir aos senadores o apoio para a aprovaçao da linha há algumas semanas. O empréstimo levou quase seis meses para ser aprovado naquela casa.

Esta é a última parcela do empréstimo de US$ 4,5 bilhoes previsto no acordo acertado no final do ano passado com o FMI que caberá ao BID. A liberaçao desses recursos, que, a princípio seriam deixados de lado pela Uniao, vai comprometer parte do dinheiro que o BID poderia emprestar ao país ainda este ano.

Além disso, como os gastos do governo estao muito amarrados, nao há espaço para contrapartidas - parte que cabe ao governo nos programas. Isso significa que, entre outros, o empréstimo destinado ao Rodanel (sistema viário em Sao Paulo), no valor de US$ 500 milhoes, ficará para o ano que vem. Apesar da pressa do governo da cidade do Rio de Janeiro de aprovar os US$ 200 milhoes que devem ser aplicados na segunda parte do programa Favela Bairro ainda esse ano, o dinheiro também ficará para 2000. O mesmo acontecerá com os US$ 350 milhoes do projeto de despoluiçao da Baía de Guanabara.




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