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Rodízio argentino é aposta contra a Grécia
Fernando Cappelli
Com Agências
22/06/2010 | 07:58
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Além da possibilidade de ser a primeira seleção a fechar a fase classificatória com 100% de aproveitamento e com isso atestar que o tango é o ritmo mais afinado na Copa do Mundo até agora, o compromisso da Argentina com a Grécia de hoje (15h30) terá gostinho especial para o técnico Diego Maradona. Foi contra os gregos, em 1994, que o maior ídolo dos hermanos anotou o último gol em mundiais, na goleada portenha por 4 a 0, ainda na primeira fase.

Em contrapartida, após este mesmo jogo, Maradona se envolveu no escândalo de doping no qual foi banido e, com isso, sacramentou sua história como jogador na competição.

Com a vaga para as oitavas praticamente garantida (vitórias sobre Nigéria e Coréia do Sul), o treinador aproveita a partida teoricamente tranquila para adotar o rodízio de jogadores. Entre os considerados titulares, apenas o goleiro Romero, o zagueiro Demichelis, o volante Verón (recuperado de lesão) e Messi estarão em campo.

O técnico, inclusive, espera que o atacante repita o golaço marcado há 16 anos contra o adversário da vez. "Ficaria encantado que Leo (Messi) tenha a mesma postura daquele gol. Principalmente pela jogada, acertei no ângulo. Tomara que ele faça mais bonito, ou que pegue na trave e entre. Contanto que seja gol", disse Maradona, que também endossou ter escalado o pródígio argentino por própria imposição do jogador.

"Messi exigiu ir para a partida e isso me deixa muito encantado. Seria um pecado deixar toda essa vontade de fora. Ele ainda precisa marcar gols, mas isso virá no momento certo."

O lateral Jonas Gutiérrez, que cumpre suspensão por ter levado o segundo cartão amarelo contra os coreanos, será substituído por Nicolás Otamendi.

O zagueiro Samuel, que sente dores na perna esquerda, dará lugar a Burdisso, que já o tinha substituído na partida de quinta-feira. A defesa terá outra mudança: Clemente Rodríguez entra no lugar de Gabriel Heinze, autor do primeiro gol da Argentina no Mundial, contra a Nigéria.

Gonzalo Higuaín, que fez três gols na última partida, sai para a entrada de Diego Milito. Carlos Tevez, que também atuou bem contra os sul-coreanos, será poupado e abrirá espaço para Sergio Agüero, genro do treinador.

DUREZA - Com três pontos e saldo de menos um gol, os gregos ainda sonham em avançar para as oitavas. Após a estreia pífia (perdeu por 2 a 0 para a Coréia do Sul) e a recuperação com o primeiro triunfo em Mundiais, a Grécia tem de fazer o dever e torcer contra a Coréia do Sul, que enfrenta a Nigéria no mesmo horário e também tem três pontos e saldo de menos um gol - ocupa a vice-liderança, no entanto, com um gol a mais marcado.

O técnico Otto Rehhagel vai escalar o mesmo time que derrotou os nigerianos (2 a 1) na última rodada. A equipe tem de vencer a Argentina, e se a Coréia do Sul estiver derrotando a Nigéria, precisará aumentar a vantagem no placar.

Técnico ironiza gol de Luís Fabiano

Como já é costume no mundial africano, Maradona novamente usou a língua ferina para falar sobre o Brasil. Desta vez, o alvo foi Luís Fabiano, que marcou o segundo gol contra a Costa do Marfim, domingo, após ajeitar a bola com o braço.

Autor da mão de Deus original, o argentino descartou comparar a jogada irregular do atacante brasileiro com a que fez na Copa de 1986, contra a Inglaterra, lance que ficou eternizado como um dos mais folclóricos da história dos mundiais.

"O dele foi com o braço. Mas o tragicômico foi o que aconteceu depois. Contra a Inglaterra (em 1986), não vi o árbitro rindo. Esse do jogo do Brasil (o francês Stephane Lannoy) estava cheio de dúvidas, olhava para o bandeirinha, para a torcida. Ele sorriu demais. Isso que foi estranho. Se viu, por que deu?", perguntou.

Segundo Maradona, o erro também acabou com as chances da Costa do Marfim. "Foi um momento particular do jogo. Eles (do Brasil) aumentaram o placar e mataram a partida. Falamos de um Brasil que não joga bem, mas define quando precisa. E facilmente segue como grande favorito", concluiu.

Goleiro caracteriza equipe grega como ‘franco-atiradora'

Depois de conseguir a primeira vitória em Copas do Mundo diante da Nigéria, a seleção da Grécia parte para o segundo desafio na África do Sul: a classificação para a segunda fase.

Mesmo com a necessidade desesperada por uma boa vitória frente a um dos favoritos a levantar a taça, o discurso grego é o usual de empurrar a responsabilidade para o adversário.

"Não estamos nervosos para vencer o jogo. Somos os franco-atiradores, toda a pressão vai estar neles", minimizou o goleiro grego Alexandros Tzorvas.

"A Argentina vai virar apenas um time de 11 jogadores quando o árbitro der o primeiro sopro no apito. E nós vamos disputar apenas um jogo", completou.

Tzorvas obviamente reconhece toda a força da seleção sul-americana, mas diz que os gregos não podem ter medo de encará-la.

"Messi é o melhor jogador do mundo e será ainda por algum tempo. Com os atletas que eles têm no banco de reservas, podem montar um dos melhores times no mundo. Mas ter medo não serve de nada", disse.




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