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Emprego na construção cresce 3,6%
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
03/08/2004 | 22:56
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  O emprego na Construção Civil no Grande ABC teve crescimento de 3,6% em junho com relação a maio, com a criação de 640 postos de trabalho no setor. Os dados fazem parte de levantamento do SindusCon-SP (Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da GV Consult, que tem como base informações do Ministério do Trabalho.

No semestre, a região criou 1.896 novas vagas no setor, com crescimento de 9,35% na comparação com o mesmo período de 2003. Junho foi o quarto mês consecutivo de crescimento do emprego no Grande ABC.

A região foi a segunda que mais cresceu no mês dentro do Estado de São Paulo segundo o levantamento, perdendo apenas para a Centro-Oeste (região de Bauru), com 4,21%. Três regiões apresentaram queda: capital paulista (-0,14%), Campinas (-1,33%) e Baixada Santista (-2,21).

Em todo o país, a Construção Civil abriu 13 mil novas vagas no primeiro semestre – um crescimento de 1,11%.

A geração de vagas, no entanto, está abaixo do esperado, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e Mobiliário de São Bernardo e Diadema, Waldemar Pires de Oliveira. “Ainda não tivemos o avanço esperado para o setor. A Construção Civil ainda não entrou no ciclo de crescimento que a economia brasileira vive hoje. Enquanto não houver grandes investimentos em novos empreendimentos, dificilmente teremos uma criação consistente de emprego”, afirmou.

O crescimento da contratação em junho, segundo Oliveira, como em outros meses, “ainda é influenciada pela sazonalidade das obras”. “Estamos vendo o emprego crescer, sim, mas a impressão é que esse movimento acontece mais em função de determinadas obras do que em decorrência de um crescimento maior e mais estável.”

Para o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Mauro Lopes Coelho, fica difícil detectar a criação de novas vagas por causa das altas taxas de desemprego. “Evoluímos no setor, mas todas as novas vagas são rapidamente preenchidas e o número de desempregados segue grande, o que nos dá a impressão de estagnação”, afirmou.

Para o diretor do SindusCon do Grande ABC, Ricardo Di Folco, a retomada da geração de empregos na Construção Civil acontece de maneira mais lenta que em outros setores da economia.

“A Construção Civil é o primeiro setor a parar quando há uma crise e o último a retomar atividades quando acontece o reaquecimento econômico. No Grande ABC, esse processo ainda pode ser considerado mais lento se comparado com a cidade de São Paulo, por exemplo”, afirmou.

O diretor, no entanto, aguarda alta ainda maior tanto para o emprego quanto para a quantidade de novos empreendimentos na região no segundo semestre. “É o que acontece tradicionalmente. Esperamos que, neste ano em especial, o setor fique mais forte. Há muito otimismo entre os empreendedores.”




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