Índice é de um policial para cada 605 habitantes; delegacias destacam operações, mas admitem que precisam de mais profissionais
O Grande ABC possui média de um policial para cada 605 pessoas. No total, são 4.457 homens, sendo que 3.312 representam a PM (Polícia Militar) e 1.145, a Civil. A Delegacia Seccional de Diadema não forneceu os números.
Apesar de parecer pouco, de acordo com os especialistas, a comparação é relativa, já que cada cidade tem características próprias, sendo mais importante o planejamento. “A polícia tem o sistema Infocrim, no qual as regiões são ocupadas de acordo com os índices criminais. Não é algo linear, cada região é diferente da outra”, contou.
Porém, quem trabalha diariamente no combate ao crime assume que esse número poderia ser melhor. Conforme o delegado seccional de São Bernardo, Aldo Galiano Júnior, o principal problema é o deficit de escrivães. “A função não pode ser substituída por funcionários de outras carreiras. O governo foi sensível e foram criados cargos, que estão aguardando o início de profissionais”, disse.
Enquanto isso não acontece, ele afirmou que os inquéritos estão sendo redistribuídos. Outro problema citado por Galiano Júnior é relacionado às aposentadorias. “Foram três só nesta semana (semana passada). Por enquanto não houve prejuízos para o trabalho, mas estamos aguardando o término do curso, já que o policial não pode atuar sem isso.”
A delegacia, que foi responsável pela desarticulação de quadrilha especializada em assaltar caixas eletrônicos na semana passada, tem foco no combate ao crime organizado e na queda de roubos.
Periodicamente as unidades efetuam operações pontuais. Nos dois primeiros meses deste ano foram 59 pessoas presas em flagrante, 49 recapturados e 36 quilos de drogas apreendidos.
O delegado assistente da Seccional de Santo André (também responsável por Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), Marcos Alexandre Cattani, também afirma que mais policiais seriam bem-vindos. “O efetivo tem dado conta das atribuições, porém, está abaixo do que consideramos ideal para as demandas que enfrentamos.”
O principal foco dos agentes é a diminuição dos roubos na região, já que os índices com letalidade tiveram baixa nas cidades. “Mensalmente é realizada atuação de campo com ênfase no combate desse crime. Há dois meses implantamos operação mensal em que cada unidade policial dos quatro municípios realiza prévio mapeamento dos locais, dias e horários de maior incidência de roubos e faz atuação específica.”
SSP - A SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que o orçamento da área neste ano é de R$ 20 bilhões. A Pasta destacou que estão em andamento concursos públicos para contratação de mais 2.000 soldados e há 5.561 policiais em formação nas academias da PM. “Há ainda 129 candidatos a delegado, 788 a escrivão e 1.384 a investigador que já foram aprovados em concurso público. A designação dos policiais é feita com base em critérios técnicos e leva em conta os índices criminais de cada região”, disse, em nota.
Desde 2011,a região recebeu 389 viaturas para a PM (investimento de R$ 19,5 milhões) e 116 para a Polícia Civil (R$ 8,1 milhões). No mesmo período, foram contratados 898 policiais militares e 159 policiais civis.
Cidades mantêm 1.364 guardas-civis municipais
Corporação que também auxilia na Segurança da região, a GCM (Guarda Civil Municipal) mantém 1.364 profissionais. A única cidade que não tem integrantes é Rio Grande da Serra. São Bernardo e Diadema não forneceram informações ao Diário.
Desde 2014, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou a Lei 13.022, a corporação passou a ter poder de polícia, podendo atuar em ocorrências e até dar voz de prisão. Além disso, permanecem outras funções, como a preservação dos prédios públicos.
Santo André é responsável por 616 guardas, com concurso em andamento. A preservação da vida, patrulhamento das unidades e instalações municipais, além da preservação do meio ambiente e apoio às forças de Segurança estaduais e federais são as principais atribuições.
Em Mauá, que mantém 216 profissionais, a Prefeitura está se organizando para iniciar processo seletivo ainda no primeiro semestre deste ano. A corporação atende por ano, em média, 1.400 ocorrências.
A cidade assume que a falta de efetivo é uma dificuldade. “Essa demanda deve ser suprida pelo concurso previsto para 2016. Segurança pública é tratada como prioridade em Mauá. Entre as conquistas, desde 2013, estão a estruturação do marco regulatório da Segurança pública; aparelhamento (24 novas viaturas, novas fardas e armas) e criação da corregedoria da GCM”, disse, em nota.
São Caetano, responsável por 420 profissionais, é a única cidade que realizou concurso no ano passado para a contratação de 54 guardas-civis. Os aprovados iniciarão nos próximos meses o estágio de meio ano antes de serem integrados. Atualmente, a Prefeitura trabalha com comissão da GCM e com o Sindicato dos Servidores na reformulação do estatuto da guarda de São Caetano.
Em Ribeirão, são 112 guardas. A previsão é que um concurso seja realizado no começo do ano que vem. A corporação também admite falta de efetivo, mas afirma que atende todos os chamados feitos pela população por meio do número 153.
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