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Abaixo a Lei de Murphy!
Do Diário do Grande ABC
06/03/2016 | 10:24
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Artigo

Estou há mais de dois anos na Suíça, onde as coisas funcionam com a previsibilidade tediosa de relógio. O trem previsto para as 15h03 chegará às 15h03. Não há surpresas. Tudo que é previsível é previsto. Até a chuva é anunciada com precisão. Por força de inclinação pessoal e dos negócios, questiono-me sobre o quanto esse ambiente favoreceu aqui a inovação e o desenvolvimento de tecnologias disruptivas. O termo de comparação, claro, é o nosso Brasil. Em nosso País, a realidade parece se regular pela ‘Lei de Murphy’: ‘Se alguma coisa pode dar errado, dará’. A imprevisibilidade parece a única coisa previsível. Talvez o pior já tenha ficado para trás. Lembro-me de quando as empresas recebiam, diariamente, o boletim IOB, cartapácio com espessura de romance que nos atualizava sobre as mudanças em leis, normas, regras, jurisprudências etc.

Nos últimos anos o Brasil melhorou muito. Mas o fato é que a imprevisibilidade na vida nacional vez por outra se revigora. Os exemplos do momento são tantos, na economia, na Saúde e na política, que não é preciso enumerá-los. O ponto sobre o qual proponho refletir é: em que medida essa imprevisibilidade generalizada nos impede de estabelecer cultura da inovação e de nos afirmarmos economicamente?

Por experiência, sabemos que a nossa convivência frequente com coisas que insistem em não dar certo alimenta moral baixo que é chamado de ‘complexo de vira-lata’. Em contraponto a essa atitude derrotista, no outro extremo há o espírito demasiadamente otimista dos que acreditam que a zorra geral estimula a criatividade do brasileiro, somos os reis do jeitinho. Como caricaturas, as duas versões devem ter seu quê de verdade. Mas creio que os aspectos negativos da imprevisibilidade superam os positivos e consomem energia vital das pessoas e das empresas.

Como superar esses obstáculos e replicar no Brasil o ecossistema das startups, empresas focadas na tecnologia e na exploração de novos mercados, movimento que mobiliza sobretudo os jovens em países como Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Israel? Como fazer para que a cultura da inovação concorra com a cultura do futebol ou da passarela como ideal de ascensão, realização e progresso entre nossa juventude?

Conhecendo a cultura nacional, não é o caso de almejar sociedade em que a previsibilidade beire o tédio. Mas podemos e devemos nos insurgir contra o culto do erro. Faríamos bem sim em promover mudança disruptiva para impor, como nova regra da nacionalidade: doravante, se alguma coisa puder dar certo, ela dará certo. Em forma de palavra de ordem, deveríamos proclamar: ‘abaixo a Lei de Murphy’!

Arie Halpern é diretor da Gauzy Technologies e autor do blog Disruptivas e Conectadas.

Palavra do leitor

Luiz Inácio – 1
A ‘alma mais honesta do País’, em discurso vociferado na sede do seu partido, após o depoimento na Polícia Federal, se considerou ultrajado, dizendo que não merecia tamanha ‘humilhação’ depois de ter feito tanto pelo Brasil e pelos ‘amados pobres’ que passaram a consumir carne de primeira, após seus ‘feitos’(?!). Em sua eterna arenga continuou a ladaínha do ‘nós contra eles’, inflamando os militantes contra a imprensa, a Polícia Federal e todos quantos ousem ser contrários a ele e sua ‘competenta’ criatura, de forma a provocar ódio e violência, aquilo em que é perito fazer. Será que esse pesadelo nunca vai ter fim?
Aparecida Dileide Gaziolla
São Caetano

Luiz Inácio – 2
Lula não sossegou enquanto não conseguiu remover José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça, visto que na cabeça dele o ministro da Pasta deveria controlar a Polícia Federal e impedir que ela se aproximasse dele e de sua família. Tanto fez que conseguiu e menos de 48 horas depois foi conduzido coercitivamente à Polícia Federal para depor, visto que em duas intimações anteriores havia se furtado através de liminares. Isso posto, parece que Cardozo ‘controlava’ a Polícia Federal, o que republicanamente é impossível. E agora, Lulla, qual o próximo passo na sua reforma ministerial?
Claudio Juchem
Capital

Luiz Inácio – 3<EM>
Assistindo ao confronto entre petistas e não petistas frente ao depoimento do ex-presidente Lula, vi que os simpatizantes ao PT gritavam palavras de ordem, como ‘Lula, guerreiro, do povo brasileiro’. Guerreiro? Gente! Será que eu não tenho visão? Esse homem é o mentor do maior escândalo da nossa história. Ele e seus aliados. Sim, porque foi isso que ele fez. Nunca antes na história deste País houve rombo tão grande! Mente descaradamente e ainda se faz de vítima. Coitado, foi injustiçado. Por isso, minha palavra de ordem é: ‘Lula, coveiro, do povo brasileiro’. Sim, ele enterrou o País, que tinha tudo para dar certo. Vamos acordar! Estamos sendo enterrados vivos. Pelo andar da carruagem, não sobrará nem o osso.
Thelma Ribeiro
Santo André

Presidente?
O caso de Diadema, da filiação de Marcos Michels no PSB e, de imediato, já assumir a presidência de comissão, pode ser diferente por se tratar de comissão provisória dirigida por interventor, função que me parece estar fora do vocabulário de democracia plena. Mas será que esse interventor tem direito com base nos estatutos do partido de aceitar a filiação como esse caso e, já de imediato, empossá-lo como presidente? Qual justificativa o senhor Caio França dará para a militância socialista de Diadema que ajudou a construir esse partido e que terá que engolir esse pseudopresidente imposto de cima para baixo?
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema

Concordo!
Concordo em gênero, número e grau como o leitor Gercio Vidal (Cidadão, dia 4) sobre o padre da Paróquia Menino Jesus, no bairro do Jordanópolis, em São Bernardo, que vive excluindo as pessoas da comunidade. Também há vereador da cidade que usa o mandato para se promover e dará título de cidadão são-bernardense para esse padre por serviços prestados à comunidade. Enquanto o bispo tira padre que fazia trabalho magnífico no bairro São José, em São Caetano, deixa outro quer há tempo está desagradando a população desse grande Jordanópolis. Espero quer as coisas mudem e esse padre seja retirado dessa comunidade.
Fernando Zucatelli
São Caetano 




Comentários

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