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Verdão está relaxado, afirma Sérgio

Ídolo do Palmeiras, ex-goleiro acredita que Alviverde precisa acordar para não ter dificuldades após título da Copa do Brasil do ano passado

Felipe Simões
29/02/2016 | 07:30
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Denis Maciel/DGABC


O Palmeiras de 2016 está relaxado. Essa é a visão do ex-goleiro Sérgio, que integra panteão de arqueiros alviverdes ao lado de nomes como Marcos, Leão, Velloso e Oberdan Cattani. “É uma honra fazer parte desse seleto grupo. Sou um privilegiado”, afirmou ele, que passou dez anos no clube e, com diversos títulos, é um daqueles que podem falar com propriedade do Verdão.

“O Palmeiras sofreu uma síndrome do relaxamento. Você joga em um nível alto e vai no limite para conquistar um título. Isso acaba desgastando os jogadores, e quando vem as férias e a pré-temporada, você dá uma relaxada. Depois, o time demora a engrenar, o jogador acha que vai lá ganhar o jogo (a qualquer momento) e não é assim”, analisou. “Precisa abrir o olho e voltar a ser aquele time competitivo em termos de vontade e determinação, porque técnica tem”, receitou.

Ídolo do Verdão, o ex-jogador viveu os dois lados da moeda – foi protagonista, mas também coadjuvante de equipes que entraram para a história do clube, seja pelos momentos bons, como em 1993, no fim de longo jejum com os títulos do Paulista, Rio-São Paulo e Brasileiro, quanto pelos ruins, quando fez parte do grupo rebaixado à Série B nacional em 2002.

“Tudo que tenho hoje devo ao Palmeiras. Substituí o Velloso e consegui dar sequência ao que ele vinha fazendo. Ele é um grande ídolo e me tornei um depois, assim como o Marcos”, afirmou Sérgio. “Cada goleiro (Sérgio, Velloso e Marcos) tem a sua história, seus títulos. Isso é muito bacana”, disse.

Hoje, o contato com os ex-companheiros de meta é menor, mas ainda existe e arranca risadas. “Tenho mais contato com o Velloso. O Marcão ficou muito preguiçoso, só quer saber de ficar em casa. Quando ele sai, só quer saber de fazer palhaçada. A gente se encontra pouco, e são as mulheres que sofrem, porque não tem hora para acabar”, brincou.

E Sérgio não se limita ao Palmeiras. Em 2015, ele se encontrou com o goleiro Denis, do São Paulo, e deu dicas ao substituto do Rogério Ceni, que se aposentou no ano passado. “Gosto muito do Denis. Dei alguns toques da minha experiência. Torci muito para essa chance aparecer para ele, que esperou até agora. Ele precisa demonstrar muita coisa porque o são-paulino cobra por causa da ausência do Rogério. Ele tem capacidade e técnica para dar continuidade. Lógico que não com a mesma desenvoltura com os pés, mas o torcedor quer saber se ele está fazendo o trabalho dele. Ele está indo bem”, explicou.

O ex-goleiro também tem passagem pela região. Em 2007, quando deixou o Verdão, assinou com o Santo André, onde permaneceu por três meses. “Fui muito bem recebido, o clube me deu todas as condições de trabalho. Tínhamos uma equipe forte, mas não conseguimos nos manter na Primeira Divisão. Acho que foi por muitas mudanças de treinador, foram duas ou três. Isso acabou mudando muito a característica do time”, lamentou. “Gostei muito da cidade e das pessoas com quem trabalhei na época. Torço para que o Santo André volte para o lugar que merece. A cidade é incrível, tem muito potencial para desenvolver o esporte. Eu torço, gosto muito do Santo André”, afirmou.

Mas nem tudo é alegria na carreira do ex-atleta. Uma das mágoas que carrega é a de nunca ter vestido a camisa da Seleção Brasileira, especialmente no fim da década de 1990, quando acreditava que seria chamado. “Fui sondado uma vez em 1997 pelo Parreira e pelo Zagallo (para a Copa das Confederações). Na época eu estava sendo melhor que o Rogério Ceni, era uma fase espetacular. Era eu ou o Rogério Ceni, e acabou indo ele. Paciência. E depois acabou indo o Carlos Germano para a Copa do Mundo de 1998. Foi o único momento em que fiquei chateado na minha carreira. Foi uma das maiores frustrações da minha vida”, lembrou.

Ex-jogador planeja abrir escolinhas de goleiro no Estado

Quando um atleta se aposenta, às vezes vira treinador, auxiliar ou dirigente de algum clube. Não é o caso de Sérgio. “Não entrei no futebol porque na minha visão não apareceu uma oportunidade para desenvolver aquilo que aprendi. Sei que funciona como política, que você faz como os caras querem ou está fora”, justificou ele, que montará escolinha de goleiros no Estado. “Será em Alphaville, Barueri. Depois, vou expandir para Sorocaba, Boituva e São Roque.”

Enquanto isso, o ex-goleiro organiza jogos com a presença de ex-jogadores como Müller, Biro-Biro e Zenon. O próximo acontecerá dia 20, no Baetão, em São Bernardo, em prol do Centro de Apoio Mão Amiga. “Gostaria de convidar o torcedor para participar”, disse.

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 15 mais um quilo de alimento não perecível nas sedes da instituição no Jardim Thelma, em São Bernardo (Rua Rua Paraguaçu, 150), ou no Jardim Aymoré, em Ribeirão Pires (Rua Boomerang, 327). FS


 




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