Cíntia Bortotto Titulo Ambiente corporativo
Cíntia Bortotto
Cíntia Bortotto*
29/02/2016 | 07:00
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Não há dúvidas de que nosso País passa por momento de crise ética. Vemos todos os dias nos jornais notícias sobre o comportamento não ético de nossos governantes e de líderes de grandes empresas que estão sendo investigadas. Tudo isso nos leva a questionar a política, a economia, as instituições, o País. Mas como é o seu dia a dia? Você tem sido ético em sua vida pessoal? Tem sido ético em seu trabalho?

Ética é conjunto de valores e princípios que pautam o comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional (o que eu devo), emocional (o que eu quero) e social (o que eu posso). Para empresas com cultura forte, a ética deve refletir os valores e encadear comportamentos que claramente garantem congruência com os mesmos e guardam distância do que não é aceitável. O código de ética deve fortalecer a cultura e a essência da companhia.

Costumo dizer que, ao fazer algo, devemos pensar se aquilo poderia ser colocado na primeira página do jornal. Ou seja, se for correto, não teremos nenhuma dúvida de que pode ser feito. Se sentirmos constrangimento, em qualquer que seja o grau, devemos parar e refletir: “por que estou constrangido?”. Algo errado deve estar no ar.

À menor sombra de que algo pode ser errado, não faça, pode ser antiético. Pergunte para o seu superior ou a alguém em que você confie na índole. Em tempos de crise, isso pode se agravar, pois muitos executivos querem atingir os resultados a qualquer custo, e não se importam de pedir que seus subordinados “se virem” para que isso seja feito.

Já presenciei no mundo corporativo pedidos evasivos. Quando é detectado o comportamento antiético, vi o superior dizer: “Mas eu não pedi para que ele fosse antiético, pedi apenas que cumprisse as metas”, fugindo de responsabilidade.

Há algo que meu pai me ensinou e que para mim ainda é uma máxima: “Cuide de seu nome, seja honesto e correto sempre”. Se lhe pedirem para fazer algo errado em nome do resultado, deixe muito claro que o que está sendo pedido não é correto, não faça, e se a empresa for “fraca” o suficiente para não proteger o empregado correto, é porque ela não o merece e, portanto, mesmo em período de mercado complexo e difícil, não tenha dúvida de que há espaço para profissionais competentes e éticos.

Normalmente não temos “milagres” que ninguém nunca pensou. Temos espaços legais que podem ser visitados em tempos de crise. Mas armadilhas éticas podem vir maquiadas de resultados fáceis. Se você vir algo assim, desconfie.

Não existe nada pior do que ter seu nome vinculado a algo que não é correto. Lembre-se disso. Siga confiante, seja ético e boa sorte!

* Cíntia Bortotto é consultora em RH, psicóloga pela PUC-SP, especialista em recursos humanos pela FGV, em Dinâmicas de Grupo pela Associação Brasileira de Dinâmicas de Grupo, com MBA em Gestão de Negócios, também pela FGV. Como executiva de sucesso, atuou em grandes empresas como Otis, Unilever e Bombril – www.cintiabortotto.com.br 




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