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Asfalto ecológico cobre ruas em área de manancial
Luciana Schneider
Da Redaçao
10/10/1999 | 15:55
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Asfaltar áreas de manancial - obra proibida pela legislaçao ambiental - pode deixar de ser um problema para o Grande ABC. A Prefeitura de Sao Bernardo está implementando uma nova técnica, chamada de asfalto ecológico, em seis ruas do Jardim do Lago, uma regiao de proteçao. A idéia tem trazido muitos benefícios à populaçao, que até entao vivia em ruas de terra, e sido elogiada pela Promotoria de Meio Ambiente do município.

O secretário de Obras, Luiz Roberto Beber, explica que o asfalto ecológico é permeável e já foi utilizado em alguns trechos da Imigrantes e em diversas rodovias da Europa. A água da chuva é absorvida pelos graos do asfalto, escorre para um sistema de drenagem e cai em um poço de 5 m de profundidade. Desse poço, a água volta para os lençóis freáticos e, conseqüentemente, para a represa Billings. "O sistema de dreno é envolvido por uma espécie de manta para que a sujeira nao vá para o poço, que recebe somente a água", disse.

Além de proporcionar o benefício da reurbanizaçao nas áreas de manancial, o asfalto ecológico também ameniza as ocorrências de enchente. Isso porque a água, em vez de ir para as galerias ou fundos de vales, vai para os poços e demora mais para chegar aos rios.

Apesar de ser somente um teste, a promotora do Meio Ambiente, Rosângela Staurenghi, afirma que "o novo método é uma soluçao genial para a área de manancial e que deveria ser adotada por outras prefeituras da regiao".

Segundo Beber, a técnica precisa ser aprovada pelo Dusm (Departamento de Uso do Solo Metropolitano) e pelo DPRN (Departamento Estadual de Proteçao aos Recursos Naturais). Para o secretário, caso nao haja empecilhos por parte desses órgaos, todas as ruas do Jardim Las Palmas e Ana Falleti receberao o asfalto ecológico até o fim da administraçao do prefeito Maurício Soares. Há hoje 64 loteamentos em área de manancial em Sao Bernardo.

"Estamos trabalhando em um projeto para levar benfeitorias (rede de água e esgoto, luz e asfalto) a todos esses locais. Só que, para colocá-lo em prática, serao necessários R$ 50 milhoes, verba que a administraçao nao possui. Por isso, vamos atrás de recursos no exterior."

Composiçao - A diferença do asfalto comum para o asfalto ecológico é a sua composiçao. O primeiro é formado por 40% de agregado fino, 40% de agregado médio e 20% de agregado grosso. Agregado é uma mistura de vários minerais, como cal e areia. Já o ecológico quase nao possui o agregado fino que impermeabiliza o solo. Beber explica que no lugar desse composto é colocado um polímero à base de borracha. "O custo é somente 10% acima do preço normal."

As seis ruas que serviram como teste sao: Ministro Ribeiro da Costa, Lago Sapucaia, Lago de Tefe, Lago de Arari, Lago dos Patos e Lago Jari.




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