Sentindo que sua vaga para a Copa do Mundo está cada vez mais longe, o atacante Romário, do Vasco, decidiu assumir o discurso do técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari. Após o treino de terça-feira de sua equipe, o atleta defendeu a importância do “grupo”, primeiro mandamento das equipes de Felipão, em detrimento do estrelismo de alguns jogadores.

“O Felipão tem razão. Na Copa de 94 (Estados Unidos), o grupo abriu mão de muitas coisas e nós fomos campeões. Em 90 (Itália) não aconteceu assim e o time não foi bem”. Romário lembrou das polêmicas da Copa da Itália, quando os jogadores brigaram por aumento na premiação e com o patrocinador da Seleção. O time saiu da Copa na segunda fase, após perder por 1 a 0 para a Argentina.

Romário tenta adequar seu discurso ao de Scolari, que declarou na última semana que não analisa apenas a atuação dos atletas em campo, mas também seu comportamento fora de campo. O treinador dá a entender que o atacante do Vasco seria um possível causador de discórdia no grupo da Seleção.

Scolari, que na terça-feira convocou os “estrangeiros” que participarão do amistoso contra Portugal, negou que sua recusa em convocar Romário tenha a ver com fatores extra-campo. O técnico se limitou a dizer que não chama o Baixinho por aspectos “técnicos e táticos”.

Comenta-se na imprensa esportiva que o problema entre Romário e Scolari é outro. Na primeira partida do técnico na Seleção, contra Uruguai, pelas Eliminatórias, o atacante foi convocado e teria passado a véspera do jogo com um mulher na concentração. Durante a partida, Romário teve atuação apagada e a Seleção perdeu por 1 a 0.