A obra é para evitar enchentes. A terra depositada na beira do córrego aumentou a poeira, típica da avenida, que ainda é de terra, causando a reclamação de moradores. “O pior é que essa parte da avenida consta como asfaltada na Prefeitura”, disse o mecânico Amadeu Ricardo Diniz, 40 anos, morador da rua e dono de uma oficina no bairro. Para sanar o problema, a dona de casa Sheila Gimenez, 28 anos, outra moradora, molha o trecho de avenida na frente da casa dela todos os dias.

O sistema de esgoto também foi citado pelos moradores, que criticaram a forma de como ele foi feito. “Colocaram alguns tubos na rua, mas todo o esgoto é despejado no córrego”, contou a dona de casa. No Grande ABC, pouco mais de 1% do esgoto é tratado. O restante, por falta de coletores-tronco, é jogado diretamente nos rios.

No bairro, a versão do mecânico para uma conversa com o secretário de Serviços Urbanos, Valdeir Ribeiro, revoltou os vizinhos. “Ele disse, em tom irônico, que era para procurá-lo no ano que vem, já que vai haver eleições”, afirmou o mecânico Diniz, que só conseguiu falar com ele depois de inúmeras tentativas.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, houve um mal-entendido. O secretário, segundo a assessoria, explicou ao mecânico que, como esse ano não há recursos, no ano que vem a obra de asfaltamento da avenida poderá ser incluída no orçamento municipal. Sobre o entulho, ele será retirado de acordo com o cronograma de serviços da Secretaria de Serviços Urbanos, que abrange ações em todo o município.