“No novo CPD, trabalharemos em quatro áreas. Três delas são relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias de telefonia digital”, explica Fernando Aragão, vice-presidente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento. “A outra é relacionada a projetos cujos resultados chegarão ao mercado somente dentro de alguns anos.”

Com investimento de R$ 95 milhões, o novo centro concentra atividades de desenvolvimento de software para sistemas móveis nos padrões TDMA, CDMA, GSM e 3G. Além disso, já estão sendo desenvolvidos estudos sobre o aperfeiçoamento de sistemas de comutação fixa, denominados AXE.

As atividades de pesquisa, por sua vez, serão realizadas em parceria com algumas universidades. No ano passado, a Ericsson assinou convênios com instituições como Universidade de São Paulo, Unicamp e PUC-RJ. Além delas, as universidades federais de Pernambuco (UFPE), Alagoas (UFAL), Ceará (UFCE) e Rio Grande do Sul (UFRS) realizam projetos em conjunto com o CPD da Ericsson em Indaiatuba. O centro também tem convênio de cooperação científica com universidades do Vale do Paraíba e com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), fundação privada com sede em Campinas, no interior do Estado.

Nesses projetos realizados em parceria, a Ericsson dá ênfase ao estudo da comunicação de dados móveis de alta velocidade, celulares de terceira geração, Internet, sistemas óticos de comunicação, reconhecimento de voz e segurança na comunicação de dados.

O complexo é composto por três prédios. Em dois deles, com três andares e 4 mil m² cada um, estão concentrados os escritórios para pesquisadores e projetistas. O terceiro, com dois andares e 2,2 mil m², abriga laboratórios e auditório.

A infra-estrutura instalada no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento baseia-se em tecnologias como cabeamento em fibra ótica (ribonet/fiber to the desk), roteadores ATM/IP, PABX sem fio e no sistema DWOS (Digital Wireless Office System).

O Centro de Pesquisas e Desenvolvimento faz parte de um projeto da Ericsson que anualmente aplica mais 20% de seu faturamento global no estudo de novas tecnologias, sistemas e produtos. O CPD ocupa um terreno com área total de 40 mil m², com 10.250 m² de área construída.

Como conseqüência da expansão do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento, a Ericsson contratou no ano passado mais de 360 profissionais especializados com formação superior. Atualmente, esse número foi ampliado para cerca de 400, totalizando um quadro direto de mais de 500 pessoas trabalhando na unidade.

Até o final do ano, a meta é contar com um quadro funcional de 700 pessoas. A Ericsson também está recrutando funcionários da empresa no exterior, com o objetivo de assegurar competência aos profissionais locais, de forma que as atividades anteriormente execu- tadas fora do Brasil prossigam sem interrupção.

“Esse será um dos cinco maiores centros da Ericsson no mundo e o maior da América Latina em número de pesquisadores”, explica Aragão. “Por isso, só no ano passado, enviamos 150 pessoas para treinamento em países de onde estamos transferindo tecnologia, como Canadá, Estados Unidos e México.

Hardware – As atividades da Ericsson em desenvolvimento de produtos no Brasil tiveram início há mais de três décadas, com o projeto de sistemas de hardware chamado Crossbar. Na década de 80, a empresa iniciou o trabalho de desenvolvimento do software para telefonia, que cresceu gradativamente e substituiu as atividades de hardware, atualmente não mais executadas.

Com o tempo, a Ericsson passou a desenvolver software não apenas para o Brasil, mas também para outros mercados, participando assim do desenvolvimento do produto denominado Standard, um sistema genérico que atende a qualquer região.