O presidente da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema), William Ali Chaim, disse que no próximo mês será publicado um edital de licitação às empresas interessadas em operar na cidade. Pelo edital, além de investirem no município, as empresas também serão obrigadas a pagar uma taxa de 3% de suas respectivas receitas. Isto pode significar R$ 1 milhão a mais por ano nos cofres públicos.

“A empresa que participar e ganhar a licitação terá de investir no sistema como, por exemplo, comprando frota nova”, afirmou. Além disso, todas as empresas também terão de assinar contrato, algo que não existe atualmente, segundo Chaim.

“Com mais recursos é possível aumentar a capacidade de investimento e a ETCD poderá andar com as suas próprias pernas”, disse. A empresa tem hoje um déficit mensal de R$ 300 mil. “Quando assumimos, o déficit era de R$ 700 mil”, afirmou o presidente da ETCD.

O déficit total da empresa é de R$ 20 milhões. Deste total, R$ 13 milhões se referem à vale transportes que a ETCD deve às empresas permissionárias. “Isso foi uma apropriação indébita praticada pela gestão anterior”, disse Chaim.

Há também uma dívida de R$ 4 milhões com o Fundo de Garantia, além R$ 2 milhões com fornecedores e R$ 1 milhão em impostos. “Estamos tentando equacionar o problema que herdamos”, afirmou.

A dívida da ETCD só não é maior porque na administração do prefeito Gilson Menezes (1997 a 2000) foram transferidos R$ 30 milhões, do total de R$ 50 milhões devidos, que serão pagos pela Prefeitura.

Hoje, operam na cidade as viações Alpina e Riacho Grande, além da ETCD. Juntas, as empresas transportam por ano 23 milhões de passageiros.

A ETCD tem frota operacional de 84 veículos. Há outros 19 veículos que, por estarem sucateados, serão leiloados assim que a empresa conseguir livrá-los da penhora.

A folha de pagamento da empresa gira em torno de R$ 1,2 milhão para uma receita de R$ 1,55 milhão. Isso significa um gasto de 78% só com folha de pagamento. O restante fica para os investimentos, treinamento e custeio com combustível, peças, entre outros. “As despesas com folha são muito elevadas”, disse.

Os funcionários da ETCD deverão sofrer aumento na jornada de trabalho de 40 para 44 horas semanais, sem reajuste salarial. Haverá o congelamento dos vencimentos. “Hoje, a jornada é de seis horas e 40 minutos, queremos aumentar para sete horas e 20 minutos. Esta carga horária já é a praticada pelas empresas particulares.”

Um motorista da ETCD ganha R$ 1.172 e um cobrador R$ 672. “Não temos condições de aumentar os salários. Tudo ficará congelado. Temos de encontrar o equilíbrio financeiro e fazer da ETCD uma empresa pública competitiva”, disse Chaim.