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'A GM vai ganhar dinheiro no Brasil em 2009'
Lucas Tieppo
Especial para o Diário
14/04/2009 | 07:00
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O presidente da General Motors do Brasil, Jaime Ardila, disse ontem que a produção da empresa está "praticamente normal", alavancada, principalmente, pela prorrogação da isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) aplicada sobre a produção de veículos.

Apesar disso, não faz parte dos planos da direção da unidade de São Caetano da montadora reconvocar os 1.633 trabalhadores temporários que começaram a ser dispensados pela empresa em meados de dezembro. Os trabalhadores formavam o terceiro turno de produção e seus contratos não foram renovados sob a alegação de fracasso nas vendas da montadora norte-americana.

Como o próprio Ardila reconhece, a empresa foi beneficiada pela isenção do IPI. "O Brasil surpreendeu pela rapidez com que o setor automotivo está saindo da crise. Isso mostrou que, mais importante que a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) - que ajudou bastante -, foi a confiança dos consumidores nas empresas", afirmou.

O resultado, ainda segundo Ardila que participou ontem do simpósio Sae Brasil Novas Tecnologias na Indústria Automobilística, é que a GM brasileira "vai ganhar dinheiro no Brasil em 2009."

De acordo com balanço publicado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção de veículos em março cresceu 34,2% em relação a fevereiro deste ano. No período, foram vendidos 271,4 mil veículos, 36,2% a mais que em fevereiro sendo que a GM vendeu 41.277 veículos, 45,3% a mais que fevereiro (28.406). Na comparação com março de 2008, o aumento foi de 3,1%. No primeiro trimestre de 2009 foram vendidos 102.523 veículos da marca, contra 117.686 do mesmo período de 2008.

O vice-presidente da montadora, José Carlos Pinheiro Neto, em reunião com representantes da indústria na Câmara Americana de Comércio (Amcham) com a presença do ministro do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, confirmou a impressão de Ardila sobre a normalidade da produção da GM no Brasil e aproveitou para cobrar mais benefícios fiscais do governo. "O Brasil é um dos poucos países que exporta imposto. É preciso eliminar a cobrança de ICMS. Somente a General Motors gera R$ 30 milhões por mês em crédito de ICMS. Temos cerca de R$ 700 milhões para receber do governo, de crédito acumulado em dois anos com as exportações", reclamou Pinheiro Neto também argumentou contra o alto custo de produção no estado de São Paulo.

Ardila também projetou as vendas para o mês de abril e para o segundo semestre. "Em abril, a espectativa é vender 220 mil veículos, devido à prorrogação da redução do IPI. Já para o segundo semestre, as condições econômicas externas devem melhorar, criando condições favoráveis à retomada das exportações. Para 2009, devemos ter 2,4 milhões de carros vendidos e 2,7 milhões produzidos", especulou.

INVESTIMENTOS - Ardila confirmou que o investimento de US$ 1,5 bilhões no País está mantido e que a GM no Brasil é uma empresa independente da matriz norte-americana.

José Carlos Pinheiro Neto, por sua vez, garantiu que a montadora ‘não repassa dividendos à matriz, para financiar os projetos no País". "Esse dinheiro ajudará a financiar parte dos US$ 1,5 bilhão anunciado pelo presidente Jaime Ardila no ano passado, que inclui 16 novos produtos que começam a ser lançados a partir do segundo semestre, e a construção da fábrica de motores em Joinville", disse.

Ontem, o jornal New York Times publicou notícia afirmando que a GM foi instruída pelo governo dos Estados Unidos para preparar um potencial pedido de concordata até 1 de junho. A criação do plano visa servir como escora caso a montadora não consiga chegar a acordos com detentores de bônus e o sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva.




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