Há uma história em Hollywood que vale a pena ser contada. Diz-se do diretor norte-americano de origem mexicana Robert Rodriguez que seu primeiro longa, El Mariachi (1992), foi feito com apenas US$ 7 mil. O baixíssimo orçamento não é a parte mais curiosa de sua biografia, mas sim como ele conseguiu o dinheiro: vendendo sangue a hospitais. O então aspirante a cineasta de 24 anos já havia feito um curta em 16 mm, Bedhead, que chegou a receber prêmios em festivais internacionais. Mas o sucesso demorou a acontecer, principalmente porque Rodriguez optou por dirigir filmes bizarros e muitas vezes incompreendidos pelo grande público, como Um Drink no Inferno (1996). Não deu outra: ele virou cult.

O personagem El Mariachi, um pistoleiro e músico andarilho, tornou-se uma referência de sua obra. O primeiro filme, falado em espanhol, ganhou uma seqüência em inglês, A Balada de um Pistoleiro (1995), com Antonio Banderas e Salma Hayek. Banderas, desde então, tornou-se o ator-fetiche de Rodriguez, com quem fez ainda Grande Hotel (1995) e dois Pequenos Espiões (2001 e 2002).

A franquia infanto-juvenil deu tão certo que rendeu um terceiro episódio, Pequenos Espiões 3D, agora sem Banderas, mas com um atrativo inspirado na moda oitentista dos filmes em três dimensões, com direito a óculos e tudo. O filme está em cartaz no circuito, assim como outra continuação dirigida por Rodriguez, que ressuscitou El Mariachi oito anos depois em Era Uma Vez no México.

No filme, El Mariachi (Banderas) tem de enfrentar dois vilões – um agente corrupto da CIA (Johnny Depp) e um traficante de drogas (Willem Dafoe) – depois que sua namorada (Salma Hayek) é assassinada. Há muita ação, diálogos rasteiros e grande quantidade de truques. Rodriguez puro.