Ao mesmo tempo em que os líderes políticos discutem o pacote ético, a Câmara começa a debater também a elaboração de um Código de Ética para os deputados, algo inédito na história da Casa. O primeiro secretário, Severino Cavalcanti (PPB-PE), defende regras mais rígidas de conduta ética para os parlamentares. Ex-corregedor geral, Cavalcanti afirma que já é hora de os parlamentares perceberem que não são simples cidadãos. “Os eleitores podem ficar tranqüilos porque os deputados não abrirão mão de punir os parlamentares que venham a denegrir o seu mandato.”

O parlamentar acredita que o código irá criar barreiras e obstáculos aos parlamentares que não se comportarem de maneira devida. Na prática, o novo texto, quando aprovado, irá ajudar a definir com clareza o que é o chamado decoro parlamentar. Ele dará instrumentos mais precisos para punir os infratores das regras.

Para Cavalcanti, existem outras ações que mancham a atuação de um político. Ele citou como exemplo o parlamentar que passa quatro anos sem dizer a que veio, sem participar de comissões nem se pronunciar no plenário. “Ele recebeu um mandato do povo para trabalhar e não apenas para receber o salário no final do mês.”

Bastante entusiasmado, o ex-corregedor aposta que o presidente da Casa, Aécio Neves, vai pôr o assunto em discussão neste semestre. “Eu tenho certeza de que o presidente está imbuído dos melhores propósitos”, avalia.