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Verao deve ser de enchentes na regiao
Samir Siviero
Da Redaçao
11/11/2000 | 16:42
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Se especialistas e a meteorologia acertarem, o verao no Grande ABC repetirá cenas do passado: ruas alagadas, carros boiando, gente ilhada, desabamentos e casas invadidas por água e lama. "Nao é uma hipótese, a regiao terá enchentes nesse verao. A cada ano, os resultados práticos dos programas de combate às cheias sao pequenos. Considerando o tamanho dos impactos, a regiao deveria ter feito muito mais; e nessa falta de trabalho, populaçao, prefeituras e governo estadual devem ser responsabilizados", afirmou Mário Thadeu Leme de Barros, professor de engenharia de recursos hídricos da Escola Politécnica da USP (Universidade de Sao Paulo).

O diretor da Divisao de Engenharia e Obras do Daee (Departamento Estadual de Aguas e Energia Elétrica), Ubirajara Tennuri Félix, também prevê problemas. "Nós trabalhamos com dados reais, mas o panorama nao mudou desde o ano passado, pois nao inauguramos nenhum piscinao desde setembro de 1999. O desempenho dos reservatórios foi bom, mas se as chuvas do verao forem muito fortes teremos, os mesmos problemas de janeiro passado."

E se nao se fez muita coisa na terra, também nao adianta esperar ajuda vinda dos céus. A pré-previsao da chefe da seçao de previsao do tempo do 7º Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Neide Oliveira, nao é animadora. A tendência é que a Regiao Metropolitana tenha variaçoes muito rápidas de clima, o que propicia chuvas fortes em um curto espaço de tempo. "A neutralidade do Oceano Atlântico trará grandes mudanças no clima, com isso, podemos ficar vários dias sem chuva, seguidos de chuvas muito intensas. Eu nao gosto de comentar sobre probabilidades, mas o panorama que se desenha é que devemos enfrentar chuvas semelhantes ou até mesmo piores do que as que aconteceram em janeiro desse ano."

Lentidao - A demora na liberaçao das áreas para a construçao de dois piscinoes em Mauá e um em Diadema sao apontadas por Félix como falhas das respectivas prefeituras. Caso já tivessem em andamento, poderiam amenizar o impacto das chuvas na regiao. "Nossa intençao era começar a construçao tao logo iniciasse o processo licitatório, mas as prefeituras estao demorando para fazer sua parte, estao falhando e atrapalhando o processo de retençao, uma vez que, a partir do momento que começamos a cavar os piscinoes, eles já retêm um pouco da chuva. Nem isso teremos."

O secretário de Serviços Urbanos de Mauá, Romildo Kamura, se justifica: "Acredito que a soluçao para as enchentes no Grande ABC sejam os piscinoes, mas infelizmente a aprovaçao da desapropriaçao está parada na Câmara Municipal e nao é nossa culpa. Espero que seja votada nessa terça-feira. Quanto à soluçao para as enchentes, temos de aguardar a construçao de outros piscinoes."

"A Prefeitura fez a proposta aos proprietários do terreno, mas eles nao aceitaram e continuamos a negociaçao, entao nao se pode dizer que somos negligentes", argumentou o secretário de Obras de Diadema, Paulo César Lúcio Carvalho.




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