Nos três primeiros meses desde a implantação da Lei Seca,a Policia Militar realizou 501 autuações no Grande ABC efetuando 14 prisões e apreendendo 58 CNHs (Carteira Nacional de Habilitação).

Nesse período o índice de mortes no trânsito da região caiu 35%. Em 2007,nos três primeiros meses foram 40 vítimas fatais .Neste ano,a PM registrou 26 mortes. Porém, a análise dos dados não permite ao Comando do Policiamento Metropolitano - Área 6 (CPM-A/6) atribuir a diminuição exclusivamente ao aumento no rigor da legislação contra consumo de álcool ao volante.

De forma geral, levantamento da PM aponta pouca variação no número total de acidentes no período. Houve inclusive uma pequena elevação, minimizada pelo capitão Edson Luiz Gaspar. "Não se pode esquecer que o aumento da frota de veiculos na região pode ter influenciado neste registro", explica.

Números do Detran mostram que, no último ano, cerca de 230 veículos entraram em circulação no Grande ABC. A participação crescente das motocicletas (mais suscetíveis a acidentes) colabora ainda mais para o crescimento das estatísticas de violência no trânsito.

O rigor da Lei Seca é destacado como extremamente positivo pelo coronel Valdeir Rodrigues Vasconcelos, do 8º Grupamento de Bombeiros. Porém, o responsável pelos resgates na região pondera a importância da medida. "É preciso empregar uma série de ações conjuntas. Uma ação isolada não consegue resolver o problema por si só", explica.

Os bombeiros da região também não notaram alteração significativa no número de ocorrências registradas nos últimos três meses em relação a igual período do ano passado.

O presidente da Comissão de Direito de Trânsito da OAB, Ciro Vidal, garante que a legislação mais rigorosa em relação ao consumo de álcool e direção não afeta apenas o trânsito. "Agressões entre marido e mulher tiveram uma queda. Fora isso, diminuiu também a presença de pessoas embriagadas em distritos policiais", explica.

Punição - Hoje, o motorista que apresentar índice igual ou superior a 0,6 gramas por litro de sangue pode ser preso por seis meses a três anos, com direito a fiança. Se apresentar dois decigramas de álcool por litro de sangue cumpre pena administrativa, com pagamento de multa de R$ 957,65, apreensão de carteira de habilitação, suspensão do direito de dirigir por um ano, retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado.