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Uma frase repetida por todos os guias locais pode ajudar você a ter uma idéia do que virá pela frente: "É um espetáculo raro, que só ocorre na foz dos rios Nilo, na Africa, e Mekong, na Asia". O Delta do Parnaíba esparrama-se por 2,7 mil quilômetros quadrados, separando os Estados do Maranhao e do Piauí e alcançando o Oceano Atlântico por meio de cinco braços - Tutóia, Carrapato ou Melancieira, Caju, Canárias e Iguaraçu. Sao canais que formam um emaranhado de igarapés, lagoas e mais de 70 ilhas (as mais visitadas sao as ilhas Grande, Canárias e do Caju).
As paisagens sao de coçar o dedo dos fotógrafos: dunas, florestas, manguezais, lagoas e praias desertas. E nao há quem resista a trazer para casa um close de algum dos habitantes naturais do santuário ecológico: macacos, jacarés, garças e guarás, entre outros bichos.
Os passeios pelo rio Parnaíba sao feitos em barcos típicos, as chalanas, com capacidade para 45 passageiros. O turista zarpa às 8h30 da cidade de Parnaíba, percorre um trecho do rio, os igarapés, os povoados de pescadores e as praias, retornando ao porto de partida sete horas depois. A refeiçao - à base de frutos do mar - é servida dentro do barco.
No caminho nao se vê nem sinal de lojas, cinemas, restaurantes cinco estrelas ou outro serviço indispensável a uma viagem urbana. Mas você vai poder desfrutar de uma caminhada nas dunas - há algumas com até 40 m de altura - que levam ao encontro do mar. Ou de um mergulho no rio.
Outras atraçoes - Mas as atraçoes de Parnaíba nao se resumem ao Delta. Na cidade, os casaroes coloniais do século XVIII, conservados, lembram os tempos em que a localidade era uma vila de pescadores, a Vila de Sao Joao da Parnaíba. No lugar batizado de Porto das Barcas - alusao ao primeiro nome que a cidade recebeu -, um cenário que mistura embarcaçoes, sobrados coloridos e lavadeiras à beira do rio faz qualquer turista parar para pensar na vida. O prédio de maior valor histórico é a Casa Grande da Parnaíba, que pertenceu a Simplício Dias, fundador da cidade.
Dizem os moradores mais antigos que a casa tem uma ligaçao subterrânea com a Catedral de Nossa Senhora das Graças - outra atraçao turística da pequena cidade. Construída em 1700, em estilo barroco, a igreja acabou perdendo muitas de suas características arquitetônicas depois de passar por uma reforma, em 1936. Perto dela está a Igreja do Rosário, do mesmo século, erguida para os escravos.
Mas fica num pequeno jardim, perto da rua Pedro II, o atrativo mais poético da cidade: o cajueiro que o poeta Humberto de Campos plantou no quintal de sua residência, no século XVIII. A praia da Pedra do Sal e o pôr-do-sol na Lagoa do Portinho também merecem ser descobertos pelos viajantes.
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