Uma mandioca gigante exposta na calçada atraiu ontem mais de uma centena de pessoas à casa de um aposentado, no Parque João Ramalho, em Santo André. O tubérculo de 1,43 metro, fora as protuberâncias inferiores, pesa mais de 20 quilos e foi tirado da terra em Pilar do Sul, no interior do Estado.

Morador do Grande ABC, o aposentado Orlando Cardozo, 66 anos, aproveitou a última semana para descansar em sua chácara. Anteontem à tarde, caminhava com o irmão pela roça quando avistou a planta descomunal. "Quando vi a rama bem grossa, já imaginava que a mandioca pudesse ser grande mesmo", explica.

Os dois não tiveram dúvida. Pegaram corda, mais caibro de quatro metros e armaram a chibanca (uma espécie de alavanca). Nem foi preciso tanto esforço para içar a raiz do solo. "A terra por lá é mole, então sai fácil", diz Cardozo.

Ontem pela manhã, o aposentado trouxe a mandioca para a Rua Tauá, onde vive. Sem cerimônia, as pessoas começaram a se aglomerar na calçada. "Ela ficou rodeada de admiradores, mas tomei cuidado. Não saí de perto, senão o pessoal quebraria", explicou.

A visitação foi incrementada pelas vendas de frango assado no mercado vizinho à casa de Cardozo. "Todos que aguardavam na fila se aproximaram para tirar fotos. Foi impressionante o interesse das pessoas", relata o aposentado.

Depois da exibição, a mandioca gigante de Cardozo deve ter o mesmo destino de outros tubérculos menos famosos: a panela. O aposentado pretende reparti-la entre vizinhos e conhecidos. "Minha alegria é ver todo mundo feliz", afirma.

Alegria que pode se tornar decepção, depois de algum tempo no fogo. Com experiência típica de um antigo agricultor, Cardozo vaticina: "raiz velha não cozinha".

Não é a primeira mandioca gigante que o aposentado arranca da chácara. No passado, chegou a tirar uma de 1,80 metro, porém mais fina que a atual - e, consequentemente, bem mais leve. "Na televisão, lembro de ter visto uma no Jornal Nacional, mas bem menor que a minha", orgulha-se.

No mercado, a mandioca de Cardozo custaria entre R$ 40 e R$ 50. Bem menos do que a curiosidade que despertou nos moradores do Parque João Ramalho.