Centenas de alunos da Uniesp (União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo) Santo André deixaram de ter aula no período noturno da quarta-feira quando cerca de 30 professores paralisaram suas atividades por falta de pagamento dos salários. O atraso também ocorreu durante o pagamento de agosto, referente ao mês de julho.

"Fizemos a primeira paralisação no dia 16 de agosto para reivindicar a regularização no pagamento dos salários e outros benefícios como depósitos no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) que estão irregulares", explicou Aloisio Alves da Silva, presidente do Sinpro ABC (Sindicato dos Professores Particulares da região).

Professores, que preferiram não se identificar, e o Sinpro ABC, afirmam que os pagamentos estão atrasando desde dezembro de 2009, quando a Uniesp comprou a unidade do Iesa (Instituto de Ensino Superior de Santo André).

A faculdade afirmou que os atrasados dos dois últimos meses ocorreram por questões internas com os bancos responsáveis por repassar os valores. "Prefiro não dar nomes, mas em agosto ocorreu atraso porque o antigo banco que mantínhamos relação comercial impediu o repasse dos salários de todos os funcionários. E neste mês o atraso foi por conta da mudança de instituição financeira. Mas isso não voltará a acontecer", declarou Claudio José Munhoz, diretor geral da unidade. Segundo ele, os atrasos ocorridos desde quando assumiram a unidade seria por conta do período de transição, que seria visto como normal para a instituição.

"Temos a informação de outros sindicatos que onde quer que o Grupo Uniesp se instale ele precariza o ensino. Além de atrasar pagamentos, demitem professores que ganham mais para contratar novos com salários mais baixos", disse Aloisio Alves. Segundo ele, cerca de dez docentes que ganhavam em torno de R$ 33 a hora/aula foram demitidos e novos profissionais teriam sido contratados por R$ 15 a hora/aula. Sobre essa questão, a Uniesp preferiu não se pronunciar. Ontem, a instituição regularizou o pagamento referente a agosto.