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Dacar 7 reinicia as transferências de presos
Christiano Carvalho
Da Redaçao
06/08/2000 | 20:33
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Começa nesta segunda-feira a segunda etapa das transferências de presos para a Unidade Prisional 7 (conhecido como Dacar 7), em Santo André. Até o fim desta semana, todos os detentos da cadeia pública de Sao Caetano que respondem a processos ou foram condenados em Santo André devem ser removidos para o Dacar. Na seqüência, chegam os presos de Mauá e Ribeirao Pires.

De acordo com o diretor do Dacar, José Itamar Martins da Silva, as transferências serao paulatinas, com uma média de 20 presos por dia, e nao acontecerao nas terças e quintas-feiras, quando sao realizadas as visitas. "Nao podemos receber todos de uma vez só. A entrada no presídio nao é simples. Há todo um procedimento, temos de fazer o registro de cada um deles", explicou.

Silva nao soube precisar quantos homens serao transferidos de cada município nas próximas semanas, mas o número total nao deve ultrapassar a 400, apesar de a capacidade da cadeia ser de 512. As vagas remanescentes serao reservadas para os acusados presos em flagrantes diariamente em Santo André, conforme informou o diretor.

Atualmente 140 presos ocupam duas das quatro alas do presídio. A entrada deles começou no dia 25 de julho com a chegada de 50 homens da cadeia pública de Sao Bernardo e prosseguiu nos dias seguintes. Na última quinta-feira, a reforma completa das outras duas alas foi concluída. Entre os detentos, estao aqueles já condenados e os que respondem a inquérito policial ou processo judicial.

A cadeia voltou a ser administrada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública no final de junho, quando foram iniciadas as reformas no prédio. Os reparos na parte externa ainda estao sendo executados e, segundo o diretor Silva, devem "levar algum tempo" para ser terminados. Os trabalhos incluem limpeza e pintura dos muros e colocaçao do telhado.

Febem - Do dia 26 de novembro de 1999 a 23 de junho deste ano, o Dacar funcionou provisoriamente como uma unidade da Febem (Fundaçao para o Bem-estar do Menor). Neste período, foi palco de fugas, rebelioes e espancamentos dos adolescentes. Um relatório formulado pelo Movimento Nacional dos Direitos Humanos e encaminhado para a Comissao Interamericana de Direitos Humanos, que denunciou episódios de tortura e maus-tratos contra os internos nas unidades da Febem de todo o Estado, apontou a de Santo André como a que mais apresentou irregularidades.

Em novembro, o local chegou a abrigar 405 menores infratores, todos vindos da Febem Tatuapé, que recebia na época os meninos da unidade da Imigrantes, desativada em razao de um violenta rebeliao.




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