Uma comissão de moradores do Núcleo Bananal, no Jardim dos Pinheiros, em São Bernardo, se reuniu segunda-feira com o secretário de Habitação e Meio Ambiente, Osmar Mendonça, para discutir a situação das 64 casas do local, que receberam notificação para serem demolidas em 15 dias. O secretário disse que avaliará cada caso isoladamente para definir qual a melhor saída antes da demolição pedida pela Emae (Empresa Metropolitana de Água e Energia) na quinta-feira passada.

As residências estão basicamente divididas em dois grupos. Parte das casas está dentro da cota da represa Billings e a outra parte fica em área considerada de 1ªcategoria de preservação de mananciais, que também não permite edificações, mas que é responsabilidade da Prefeitura em fiscalizar.

O secretário Osmar Mendonça disse aos moradores que pretende fazer uma avaliação socioeconômica e saber desde quando cada família mora no local para definir uma programação do que deve ser feito no núcleo. “Vamos fazer um cadastro dos moradores com um levantamento topográfico para definir quem está na cota da represa e quem está em área de 1ªcategoria e traçar um plano, que pode ser a retirada das pessoas, mas de forma mais organizada.”

O Núcleo Bananal foi ocupado há mais de dez anos e fica na estrada de acesso ao Jardim dos Pinheiros, também em área de mananciais. O núcleo fica praticamente dentro da represa e, baseado na legislação de proteção aos mananciais, fiscais da Emae pediram a demolição e a desocupação da área dentro de 15 dias. Depois desse prazo, a empresa entrará com uma ação na Justiça pedindo a imediata reintegração de posse.

Apesar de tentar uma solução melhor para os moradores, o secretário sabe que a posição mais correta seria a retirada das famílias do local, mas a falta de terrenos para reassentá-los é a maior dificuldade. “Não adianta pedir a retirada imediata dessas pessoas se não temos para onde levá-las. Aí criaremos um outro problema social”, afirmou Mendonça.

O secretário explicou que com o levantamento topográfico poderá definir exatamente qual a situação de cada casa, feitas em alvenaria. Depois disso, Mendonça procurará a Emae para discutir a situação. “Enquanto isso, os moradores já se comprometeram a congelar’ a ocupação e garantiram que nos avisarão quando surgir alguma pessoa que queira se instalar no núcleo.”

Uma das representantes dos moradores, a dona de casa Roseli Faustino Campos, afirmou que a conversa com o secretário os deixou mais tranqüilos, apesar de saberem que terão de deixar a área. “Acho que pelo menos o secretário está tentando fazer alguma coisa para a gente, ao invés de vir aqui e derrubar tudo.”