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População envelhece e precisa de geriatras
Camila Galvez
20/09/2011 | 07:09
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Você sabia que idosos não podem tomar determinados medicamentos? Ou ainda que o fígado e os rins diminuem de tamanho na terceira idade, as artérias e vasos perdem elasticidade e tornam-se rígidos, o pulmão não expande mais tão bem e a musculatura se atrofia? Quem sabe de tudo isso e muito mais é o médico geriatra, especialização que permite cuidar de pessoas com mais de 60 anos.

Maria Cristina Passarelli, 53 anos, é geriatra e professora da Faculdade de Medicina do ABC. Formou-se em 1981, aos 23 anos e, na época, ainda não havia residência na área. Ela cursou clínica médica e, na rotina de trabalho, percebeu que os pacientes que atendia estavam cada vez mais idosos. "Comecei a ler a respeito e me interessei, porque queria atender melhor aos pacientes." Então, Maria Cristina fez doutorado em geriatria.

A médica, que atende no Hospital Brasil, em Santo André, e no Sírio-Libanês, em São Paulo, destacou que, com o aumento da expectativa de vida das pessoas a partir da década de 1950, a figura do geriatra é cada vez mais necessária. Isso acontece principalmente porque até a primeira metade do século 20 as pessoas morriam mais de doenças infecciosas.

"Agora há cura para essas patologias, o que deu lugar às doenças crônicas, para as quais só há controle." Entre as principais estão diabetes, hipertensão, osteoartrose, mal de Alzheimer e depressão, entre outros.

Além disso, o geriatra precisa saber sobre as interações medicamentosas. Segundo Maria Cristina, há uma lista com 50 medicamentos contraindicados para idosos. Com conhecimentos tão específicos, é cada vez mais necessário que médicos se especializem nesse campo. O mercado oferece salários de cerca de R$ 3.500 em início de carreira.

 

PACIÊNCIA

A médica Janise Leite, 32, entrou na faculdade de Medicina para ser geriatra. "Tenho uma família grande, 24 tios e uns 30 tios-avós. Sempre convivi com idosos e foi algo natural fazer a especialização."

Janise afirmou que o trabalho do geriatra se divide basicamente em três linhas: prevenção, atendimento a doenças crônicas e cuidados paliativos. Ela trabalha em uma academia de musculação para idosos e no Hospital Municipal do Tatuapé, na Capital.

Para ser geriatra, segundo a especialista, é preciso ter paciência e disponibilidade para ouvir. Além disso, o profissional tem de ter a consciência de que lidará diretamente com a morte, provavelmente mais do que outros médicos. "Mas temos que garantir que o paciente e sua família aceitem esse processo."

Professores do Grande ABC também descobrem carreiras

O Desafio de Redação continua a percorrer as cidades do Grande ABC. Ontem, foi a vez da EE Waldomiro Guimarães, na Vila João Ramalho, em Santo André, receber o concurso literário promovido pelo Diário. Nesta quinta edição, dois assuntos foram propostos aos estudantes: Profissões do Futuro (até o 2º ano do Ensino Médio) e Profissões do Pré-sal, Indústria do Petróleo e Gás (3º ano do Médio).

Essas temáticas não servem apenas para mostrar diversas possibilidades de carreira para os alunos. “Os próprios professores descobriram profissões que eles nem sabiam que existia”, afirmou a coordenadora do Ensino Fundamental Maria Joana D’Arc.

A professora de Português Sueli Villalva Tokue ficou surpresa com as novas oportunidades de trabalho que podem aquecer o mercado nos próximos anos. “Achei as profissões do meio ambiente interessantíssimas”, disse.

Ela ressaltou a importância do Desafio de Redação. “O trabalho que vem de fora serve como termômetro (para a escola). Tudo o que for para o bem da criança, acho válido.”

Mas os meninos da escola ainda optam pelas profissões tradicionais. Ludmila dos Santos Brandão, 11 anos, pretende ser policial. “Antes queria ser bombeira. Acho bonito ver mulheres nessa profissão, mas tenho muito medo”, disse a estudante do 6º ano.

 

ANSIEDADE

Os alunos da EE Doutor Celso Gama não esconderam a ansiedade pela prova de ontem. “Fiquei bem nervoso para fazer a prova, indeciso sobre o que falar”, contou Antonio Gouveia, 11.

Ao contrário de seus colegas, Antonio gosta de pensar no futuro de forma realista. “O pessoal só quer ser jogador de futebol, mas prefiro algo mais fácil de conseguir.” E esse é um dos motivos que o levam a querer seguir os passos do pai e ser analista de sistemas. “Meus colegas acham bem diferente, dizem que nunca ouviram falar dessa profissão.”

Abner Silva, 11, também tem sonho incomum para um menino de sua idade e deseja ser nutricionista, profissão sobre a qual escreveu. “Gosto de comida.” O garoto garante que se alimenta bem e que se preocupa com o que come. “Meus amigos acham minha escolha legal, mas só comem porcarias.” (Luana Arrais e Bruno Martins - Especial para o Diário)




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