O BMG/São Bernardo realizou ontem, no Ginásio Poliesportivo, o primeiro dia de peneira para suas equipes de vôlei. Os jovens disputam até hoje 28 vagas, sendo 14 para o time infantil (14 a 16 anos) e o restante para o infantojuvenil (17 e 18 anos). O objetivo é garantir a sequência da modalidade na cidade.

Um dos aprovados na primeira etapa, Luiz Leonardo Rodrigues, 14 anos, viajou duas horas, a partir de Itapetininga, no interior de São Paulo, para tentar vaga na equipe infantil. O candidato, que busca o sonho de se tornar profissional, temia que o nervosismo pudesse atrapalhar no início do processo.

"A gente fica ansioso no começo, mas aos poucos vai passando e acaba dando tudo certo. As etapas vão acontecendo e o nervosismo vai indo embora. Tem que tentar manter a calma para mostrar o que a gente sabe", dizia.

Leonardo Leão, 17 anos, veio de mais longe ainda. O jovem saiu de Brasília para buscar lugar na equipe infantojuvenil. "Vim com três amigos para participar da peneira. A gente chegou ontem (domingo), às 3h, e ficamos alojados. Eu quis participar da seleção porque é uma das maiores do Brasil. É um time grande, com grandes atletas", afirmava.

Com a mesma preocupação de Luiz, Leonardo acreditava que o nervosismo era algo a ser controlado. "A gente fica com medo de não conseguir mostrar tudo, mas ao longo do dia vai relaxando."

Para Luiz, o fato de o time adulto do BMG/São Bernardo ter treinado do outro lado da quadra serviu como estímulo. "Estou muito perto dos jogadores, o time do São Bernardo é grande, quando eu chegar em casa vou contar para todo mundo que vi eles de perto. Não sei se vou ter outra oportunidade como essa. Não tem nem o que falar", destacava.

Apesar de acreditar que conseguirá uma das vagas, Luiz manteve os pés no chão. "O vôlei é assim, tem dia que ganha, tem dia que perde. Se não der para passar, tem que levantar a cabeça e tentar de novo, ir para outro clube."

Os dois jogadores vão saber hoje se o sonho de defender o BMG/São Bernardo vai se tornar realidade.

Coordenador destaca potencial dos novatos do infantil

Nesta temporada, a diretoria do BMG/São Bernardo inovou ao trabalhar com a categoria infantil, para os meninos entre 14 e 16 anos. "Estamos com as categorias infantil e infantojuvenil, mas até dois anos atrás, trabalhávamos com infantojuvenil e juvenil", explica Rubinho, técnico da categoria adulto e coordenador do projeto, que está gostando de comandar faixa etária mais baixa, na qual, segundo ele, tem muitos garotos com habilidade e futuro promissor.

O processo começa com a parte técnica e, a partir daí, o grupo diminui. À medida que os atletas são eliminados, outras avaliações são feitas, como as partes de fisioterapia e entrevista. Ao longo do dia, a complexidade dos exercícios aumenta para que sejam selecionados os mais qualificados.

Rubinho afirma ainda que serão escolhidos atletas para diversas funções e que o jogador deve ser completo, mas não precisa ser bom em todos os fundamentos para receber a aprovação.

"Cada um será escolhido para uma função. Para os ponteiros, por exemplo, é fundamental saber receber bem a bola, mas ele não precisa ter um saque perfeito", destaca o técnico/coordenador.

Gigante dá dicas para passar na seleção

Oposto do BMG/São Bernardo, Renan Buiatti também teve de enfrentar vestibular há pouco mais de seis anos. O jogador foi revelado na peneira do clube em dezembro de 2004. Na época, Renan tinha apenas 14 anos e sabe o quanto é complicado ter de jogar na frente de tantos garotos. "Eu sei que é difícil, mas eles têm que tentar manter a calma e jogar o que sabem", orienta o gigante de 2,17 m.

Renan explica que os coordenadores do projeto ficam de olhos nos atletas com futuro promissor. "Nessa idade, eles (da comissão técnica) procuram jovens que têm (potencial) para crescer. Avaliam se o jogador é coordenado, sabe se posicionar em quadra, essas coisas", destaca.

O atleta acredita que o processo de seleção é uma das melhores maneiras para encontrar talentos e lapidá-los. Assim, os escolhidos poderão ajudar o clube a conquistar campeonatos quando chegarem à categoria adulta.

"A maioria do time adulto do BMG/São Bernardo saiu das peneiras. Quase todo mundo que você está vendo aqui (ontem, no Poliesportivo) foi revelado desse jeito. O clube precisa ter essa base para que daqui cinco anos esses meninos estejam onde nós estamos hoje e possam ajudar o clube a chegar às vitórias", afirma.

O oposto diz ainda que todo jogador tem que começar de baixo e que as peneiras são fundamentais para os jovens que buscam se tornar profissionais um dia.