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Estado descarta ataque do PCC
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
27/09/2006 | 22:18
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O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, descartou a hipótese de uma ação voltada exclusivamente para um possível ataque do PCC (Primeiro Comando da Capital) durante as eleições que ocorrem no próximo domingo.

A decisão foi tomada após uma reunião com as cúpulas da Policia Civil e Militar e anunciada na quarta-feira, durante entrevista coletiva.

Mesmo com a onda de violência que tomou conta do maior estado do país este ano, Abreu Filho garante que o eleitor não terá de se preocupar com a segurança na hora do voto. “A eleição vai acontecer naturalmente em todos os municípios e estaremos preparados para qualquer ocorrência normal de eleições, atendendo prontamente os chamados dos juízes eleitorais”, explica o secretário.

“Ocorrências normais”, de acordo com Abreu Filho, são flagrantes de boca-de-urna, autuação de estabelecimentos que vendem bebida alcoólicas durante a eleição e problemas com cabos eleitorais mais exaltados ou comportamento inoportuno nas seções de votação.

Juízes e agentes penitenciários, que foram alvos dos ataques da facção criminosa, não terão esquema especial de segurança. “Não haverá nada de excepcional. Nós não vamos criar terror onde não há nada”, afirmou Saulo de Castro Abreu Filho.

Até mesmo escolta especial para os principais candidatos à presidência que votam no Estado está descartada. “Esses candidatos já vão preparados e seguidos pelos seus cabos eleitorais para tirarem fotos e votarem. Será feito apenas a monitoração normal”, assegurou o secretário.

Dos candidatos à chefe do executivo, José Serra (PSDB) vota na Capital, e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo, Ainda para o secretário, a polícia militar e civil de São Paulo está preparada para qualquer eventual atitude por parte do PCC, mas ele afirma que: “por meio dos monitoramentos que a inteligência da polícia tem feito, o risco de um ataque hoje é zero. Não há nada”.

Para garantir essa tranqüilidade a qual o secretário se refere, o efetivo será de 88.242 homens em todo o Estado (cerca de 65% do efetivo do Estado), sendo 67.942 policiais militares e 20 mil policiais civis, além de mais 300 homens da polícia técnica científica. Além da polícia terrestre, a segurança contará com sete helicópteros, sendo cinco espalhados pelo interior e dois na capital. Esses policiais já estarão na rua a partir de sábado, para garantir a proteção das urnas.

Esse número se assemelha ao efetivo utilizado nas eleições municipais de 2004, quando foram para a rua no dia de votação 85 mil homens das duas polícias. Naquelas eleições o maior colégio eleitoral do Brasil ainda não sofria com atentados e ataques de criminosos.

Durante a entrevista, Saulo de Castro até deu um recado para os eleitores: “votem tranqüilos e não se deixem assediar por propagandas de boca de urna”, e completou, “ e não deixem para ir ao local de votação na última hora”.

Já para o desembargador Paulo Henrique Barbosa Pereira, presidente do TRE-SP, a principal preocupação da segurança será com a boca-de-urna: “ que está proibida em qualquer local no dia das eleições, seja panfletos, banners ou cavaletes”, afirma. Na região do ABC o procedimento adotado seguirá a orientação do Estado.

Segundo o Coronel Renato Aldarves, responsável pelo policiamento da região “a polícia dará condição para que todo cidadão do ABC possa votar tranqüilo”. Ainda segundo Aldarves, “não há nenhum elemento que nos traga uma preocupação específica”, garante. A ronda de viaturas será realizada pelos colégios normalmente na região.

O Estado de São Paulo é responsável por 22,4% do eleitorado de todo o país, com 29 milhões de eleitores, distribuídos em 8.528 locais de votação. A região do ABC conta com mais de 1,5 milhão de eleitores, espalhados em 424 locais de votação.




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