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Soltos militares envolvidos em tráfico com aviao da FAB
Do Diário do Grande ABC
18/11/1999 | 19:13
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Dois dos militares envolvidos com o transporte de 32,9 quilos de cocaína em um aviao da Força Aérea Brasileira (FAB) foram soltos quarta-feira (17), às 22h30, atendendo habeas-corpus concedido pelo juiz Lázaro Guimaraes, do Tribunal Regional Federal (TRF) . O tenente-coronel aviador Paulo Sérgio Pereira de Oliveira e o seu irmao, oficial da reserva da Marinha Mercante, Luiz César Pereira de Oliveira, estavam presos desde maio na Base Aérea do Recife. Eles vao aguardar julgamento em liberdade.

De acordo com o advogado dos militares, José Siqueira, o tenente-coronel Pereira de Oliveira vai se apresentar ao Comando Aéreo do Amazonas, onde exercia cargo de chefia até ser preso. Luiz César volta ao Rio de Janeiro, onde mora com os pais. O Supremo Tribunal Federal (STF) havia concedido, no dia 10, liminar determinando expediçao de alvará de soltura dos dois envolvidos, acatando habeas-corpus impetrado anteriormente.

Os militares continuavam presos porque o juiz da 7ª Vara Criminal do Recife, Hélio Wanderley de Siqueira Filho, que recebeu, no dia 12, via fax, a determinaçao do STF, decidiu que só os liberaria quando tivesse em maos o documento original do Supremo. José Siqueira impetrou, entao, um novo habeas-corpus, desta vez no TRF, contra o que considerou "abuso de autoridade" do juiz, e conseguiu a liberaçao dos clientes.

Piloto presidencial - O advogado acredita que a determinaçao judicial de soltar os militares levou em conta a "folha funcional impecável" do tenente-coronel Pereira de Oliveira que, segundo ele, já pilotou Boeing presidencial e foi o primeiro oficial da Aeronáutica a ir a Antártida em missao oficial.

Os dois militares se dizem inocentes. O tenente-coronel Pereira de Oliveira, que levou as duas malas contendo cocaína até a Base Aérea do Rio, no dia 18 de abril, para serem embarcadas no aviao da FAB que seguiria para a Europa, afirmou desconhecer o conteúdo da bagagem. Ele afirmou estar apenas fazendo um favor ao major aviador Luiz Antônio da Silva Greff, que responsabiliza pela operaçao.

Luiz César Pereira de Oliveira iria receber as malas na escala que a aeronave faria em Las Palmas, na Espanha. De acordo com o seu irmao, Luiz César estava a 2 mil quilômetros deste local na hora em que a cocaína chegaria. Na sua versao, o comerciante José Roberto Zau - com quem Luiz César trabalhava - é quem iria receber a droga.

Outras quatro pessoas - dois militares e dois civis - também foram denunciados judicialmente: o major Greff e o tenente-coronel Washington Vieira da Silva, que continuam presos na Base Aérea do Recife, e José Roberto Zau e o ex-policial civil Adílson Nunes, foragidos. Todos os envolvidos respondem a dois processos, um na justiça militar e um na federal, que estao paralisados por causa de um conflito de competência. O advogado José Siqueira afirmou que o processo só volta a andar depois que o STF definir a natureza do crime, determinando quem julgará os réus - se a justiça militar ou a federal.




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