A crise econômica que se instalou no País e derrete as esperanças e os sonhos dos brasileiros atingiu até o coelhinho da Páscoa. A situação financeira da Nação está tão ruim que maculou inclusive a data propícia à obtenção de emprego, ao menos provisoriamente, nas indústrias ou então nas lojas que comercializam chocolates, o presente tradicional da época. Pessimistas, os empresários do setor pisaram no freio, mantiveram a produção do ano passado e reduziram em 66% o número de vagas temporárias de trabalho, quando se comparam as atuais com as de dois anos atrás.

A desidratação na oferta de vagas de emprego é resultado direto dos tempos ruins na seara fazendária. Ao iniciar o segundo ano de seu segundo mandato à frente da Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) deveria elevar a reestruturação econômica nacional à condição de prioridade do governo. É necessário fazer o País voltar a crescer. Como?

Prospectar novos mercados estrangeiros para os produtos nacionais, lutar por política de juros básicos menos extorsivos e fazer amplas reformas trabalhista, tributária e previdenciária para acabar de vez com os entraves do desenvolvimento brasileiro. É preciso coragem para enfrentar desafios tão grandes, mas Dilma certamente sabe que ou ela os encara com destemor ou condena o Brasil a recuar em todas as conquistas que obteve nos oito anos do governo de seu mentor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A República regride com velocidade assustadora. O noticiário econômico está todo contaminado pela inércia da equipe econômica, capitaneada pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que, diga-se, ainda não mostrou a que veio. Apontado como peça fundamental para recolocar o Brasil nos trilhos das boas práticas financeiras, tem feito gestão extremamente apagada – em boa parte, evidentemente, ofuscada pelos escândalos políticos que envolvem o governo que serve. Com sua incapacidade administrativa e econômica, Dilma estragou a Páscoa dos brasileiros. Que ela se recupere antes de prejudicar a chegada do Papai Noel.