Artigo

O mercado imobiliário está em depressão. Mais do que já está acontecendo, deverá ocorrer nos próximos 12 meses aumento do volume de desemprego na construção civil brasileira, que representa milhares de postos de trabalho.

O tempo de maturação de um empreendimento na construção civil é de 24 meses e o raciocínio é simples: se nos últimos 12 meses os lançamentos caíram em torno de 50% e uma obra começa normalmente seis meses após o seu lançamento, é óbvio que haverá desemprego grande nos próximos 12 meses, principalmente para a mão de obra direta que trabalha nos canteiros de obras. Há muito menos obras. O mal maior é que vai atingir os mais carentes, pedreiros, serventes, encanadores, eletricistas, ferreiros, carpinteiros, além dos engenheiros, mestres e apontadores.

Em 2016, haverá grande número de obras terminando e como não há lançamentos, com certeza logo haverá aumento das demissões. Não haverá obra para realocar os funcionários. Esse alerta é feito para que o governo não se lamente depois. Pode virar caos. Famílias carentes que dependem do emprego do seu patriarca ativo sofrerão mais.

A população está insegura para comprar apartamento. Há interessados, porém a insegurança de perder a renda é maior. E para complicar ainda mais está havendo grande volume de distratos amparados pela Justiça. Os compradores sem causa justa pedem o distrato da compra efetuada. O que está ruim vai ficar ainda pior, possivelmente com a quebradeira de empresas construtoras.

Os contratos de compra e venda não têm qualquer valor. Se o mercado estivesse em alta ninguém distrataria, mas como está em baixa – e não precisa justificar –, parte dos compradores tem distratado.

Com esses fatos, quem ousa fazer lançamentos de novos empreendimentos? Apenas os desesperados. O momento é sério e exige soluções urgentes. Enquanto assistimos às batalhas políticas, a economia se deteriora. Vale mais a defesa pessoal do que o Brasil e sua população?

Cuidado! O desespero do desemprego pode chegar antes do esperado e será de forças populares. Tomara que não ocorra.

É apenas alerta de quem está no mercado há 54 anos, hoje muito preocupado com o que está assistindo diariamente: à destruição do segmento.

Milton Bigucci é presidente da construtora MBigucci, do conselho deliberativo da Associação dos Construtores do Grande ABC, integrante do conselho consultivo nato do Secovi-SP e do conselho industrial do Ciesp, conselheiro vitalício da Associação Comercial de São Paulo, do Clube Atlético Ypiranga e escritor e integrante da Academia de Letras da Grande São Paulo.

Palavra do leitor

Quase...
Pleno domingo, festas, bailes e mal-estar. Chego eu ao Pedrão, que logo foi dizendo: ‘Não tem vaga! Havia uma para idoso, mas chegou motoqueiro e ocupou-a, desrespeitando nossa lei! Portanto, você pode voltar e vá direto à UPA 2 de Santo André, que será bem atendido. E fique por lá, bem sossegado. Quando chegar a hora, Eu te chamo! De fato, rapidinho fui à UPA, na qual fui recebido muitíssimo bem por todos, com veículo de cadeirante à minha disposição, tanque cheio etc. Em seguida, fui examinado por excelentes médicos, enfermeiros, fiz eletrocardiograma, raio X, retirada de sangue, urina, tomei soro, tudo no mesmo dia e local! Nossa! Que cuidado com a saúde do pessoal que lá estava. Dia seguinte, às 8h, tive alta e fui para casa satisfeito ao ser muito bem tratado, assim, dei ‘tchauzinho’ Àquele que me enviou com muita sabedoria!
Irineu Borella
Santo André

Estranho!
Recebi recentemente o carnê do IPTU de 2016. Fui surpreendido com aumento de 65,44%. Olhando mais atentamente, verifiquei que houve reajuste sobre área construída em 100 metros quadrados, mesmo não tendo havido nenhuma alteração na casa. Foi-me dito que foi feito levantamento aerofotogramétrico e, por meio dele, feitas as ‘correções’ e quem se sentisse prejudicado deveria entrar com processo administrativo. Na via-sacra percorrida pelo contribuinte, vê-se nas mesas das atendentes caixinha com filipetas do endereço do cartório de imóveis para que se consiga a matrícula atualizada, onde vai ter de desembolsar R$ 45,50. Percebeu-se erros grosseiros nos carnês, como a duplicação da área do terreno. A informação de corredor dentro da própria Prefeitura é que foi constatado erro no levantamento feito pela empresa que fez a verificação, mas quem se sentisse prejudicado que corresse atrás. Então, como nem todo mundo confere o carnê de IPTU, tem-se a nítida impressão de que houve má-fe da Prefeitura.
Alcides Marinangelo
Santo André

Educação
Embora tenhamos sistema educacional, os governos gastam verbas da Educação mais para o atendimento institucional das leis, sem conferir, no entanto, os verdadeiros resultados em sala de aula, cujos professores são peças importantes no processo. Imagina-se professor concursado que não tenha as devidas aptidões para o cargo e aí me faz lembrar a proposta de secretário deste Estado, criando a Efap (Escola de Formação de Professor Concursado), em que ele só se efetivaria depois de passar por esse curso. Nos dias de hoje, há degradação da escola pública. A gente imagina que cada escola, dentro do seu processo pedagógico, tenha entre outras metas a de promover iniciativas inovadoras, além de focar seu trabalho para obter do aluno nível de desenvoltura e dinamismo coerente com os anos que ali passou. Daí a importância do trabalho em grupo e o em sala de aula, em que o professor, respeitando sempre as diferenças, acompanhe, oriente e avalie quanto à postura e ao desempenho de cada aluno.
Filogônio Rodrigues de Oliveira
Santo André

Sem retorno!
Nos últimos quatro anos, Lula viajou constantemente para cuidar de seus negócios. Os destinos foram basicamente os mesmos. A maioria das andanças de Lula foi bancada pela construtora Odebrecht, a campeã, de longe, de negócios bilionários com governos latino-americanos e africanos, embalada por financiamentos do BNDES. No total, o banco disponibilizou ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos da Odebrecht em países como Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba durante os governos de Lula e Dilma. Fechou o financiamento de ao menos US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira. Há obras tocadas com os empréstimos de baixo custo do BNDES em países alinhados com Lula e o PT. Foi a construtora que mais se beneficiou com o dinheiro barato do banco estatal. Só em 2014, segundo estudo do Senado, a empresa recebeu US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no Exterior – 42% do total financiado pelo BNDES. Enfim, os governos do PT emprestaram dinheiro público aos países supracitados sem retorno, como fosse de pai para filho. <TB>
Francisco Emídio Carneiro
São Bernardo

João Gava
Diante da gravidade do caso envolvendo o respeitável cidadão João Gava, cheguei à conclusão de que o Centro da Memória de Diadema deveria ter estúdio de áudio e vídeo devidamente equipado para gravar narrativas históricas do município, como essa em questão. Assim, todas as pessoas que comprovadamente tivessem alguns pontos históricos sobre a cidade poderiam comparecer ao Centro da Memória para prestarem seus depoimentos. Inclusive levando documentos e fotos históricas que seriam copiados, autenticados e os originais devolvidos à pessoa. Se já tivéssemos esse setor funcionando, o caso do senhor Gava teria tido desfecho diferente, pois bastaria ao prefeito mandar motorista levá-lo até o setor com ordens expressas para ser ouvido e ter sua narrativa gravada. Se não, de imediato, que se agendasse nova data. Conversei com o Waldir Salles Salim Lopes, outro historiador de Diadema, e que foi presidente do diretório municipal do PMDB em Diadema. Expus essa minha ideia. Ele achou ótima. Mas não sejamos tão otimistas. Entre a teoria e a prática existe caminho longo. Primeiro é preciso apresentar o projeto e ser aprovado. Depois ser sancionado pelo prefeito e, o que é mais importante: executado. Nada adiantará mantê-lo engavetado.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema