O Carnaval na cidade de São Bernardo, provavelmente, será menor e com menos estrutura do que nos anos anteriores. A menos de um mês para a chegada da folia, as escolas de samba do município ainda não receberam o repasse de verba da administração. Neste ano, nem a Superliga e nem a União Cultural das Escolas de Samba poderão administrar a festa, cabendo à Secretaria de Cultura criar uma comissão com representantes de cada escola para estruturar o evento.

A Prefeitura repassará R$ 45 mil para cada escola que desfilar pelo Grupo 1, R$ 27 mil para as do Grupo 2, e R$ 7.700 para as agremiações que disputarem o grupo pleiteante. “Provavelmente as escolas receberão o valor na próxima terça-feira, dia 19”, diz a presidente da União Cultural das Escolas de Samba, Márcia Araújo Conceição.

O local do Carnaval também será outro. A Prefeitura, junto com os presidentes das agremiações decidiram realizar o desfile no espaço que há atrás do Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, próximo à Avenida Kennedy.

Ainda que mais próximo que a Estância Alto da Serra, local onde foi realizado o Carnaval da cidade no ano passado, o espaço escolhido para receber os foliões está praticamente abandonado. O asfalto está esburacado e com imperfeições por toda a extensão, o que pode dificultar o trajeto dos carros alegóricos e prejudicar o avanço dos passistas. Segundo a Prefeitura, até o momento, somente sete escolas estão aptas ao desfile, mas este número pode aumentar. Ainda segundo o Paço de São Bernardo, os desfiles serão realizados no dia 7 de fevereiro, a partir das 17h30.

Quem também se demonstra preocupado com os rumos do Carnaval em São Bernardo é o presidente da Superliga, Leo Oliveira. Segundo ele, nem mesmo arquibancada para receber os espectadores a cidade prometeu. “Depois da última reunião que tivemos com a Prefeitura ficou claro que não havia infraestrutura. O som também estará comprometido. Estou triste com o jeito que estão fazendo a folia, mas só nos resta ajudar”, desabafa.

As duas entidades que disputam entre si a responsabilidade pela organização do Carnaval não atingiram os critérios exigidos para administrar a festa. Tanto a Superliga, quanto a União Cultural apresentaram o mesmo número de agremiações aptas a desfilar, segundo a Prefeitura. Dessa forma, conforme regulamento, a União Cultural foi eleita por ter maior tempo de atividade, porém, por não apresentar a documentação necessária, também foi desclassificada. “Vamos auxiliar no que for preciso para o Carnaval em São Bernardo estar na avenida”, conclui a presidente da União Cultural.

Dentro desse panorama complicado fica difícil saber se o Carnaval de São Bernardo, um dos maiores e tradicionais da região, brilhará efetivamente.