A equipe do Brasil é formada por nove atletas, cinco paulistas e quatro cariocas. A base da seleçao vem do Clube Paineiras do Morumby, de Sao Paulo, que é uma das principais forças da modalidade no Estado.
Sao elas: as gêmeas Carolina e Isabela de Moraes, atualmente estudando e treinando nos Estados Unidos; Juliana Moura, 18 anos; Danila Bezerra Leao, 20 anos, e Marina Pazikas, 18 anos.
Andrea Curi Arid, uma das duas técnicas da seleçao, também vem do Paineiras. Do Rio de Janeiro, o Clube de Regatas do Flamengo cedeu Ticiana Cremona, 18 anos; Juliana Martins, 18 anos, e Fernanda Monteiro, 22 anos, além da outra técnica, Mônica Rosas. Já a atleta Juliana Chicralla, 22 anos, veio do Tijuca Clube.
De acordo com Andrea, 28 anos, treinadora da seleçao brasileira de nataçao sincronizada e das categorias infantil a adulto do Paineiras desde 1989, o Brasil nao tem tradiçao na modalidade, principalmente por se tratar de um esporte subjetivo. "Sem dúvida, as forças vêm dos Estados Unidos e do Canadá. Nosso grupo está consciente de que a nossa luta será pela medalha de bronze e, provavelmente, com o México, nosso eterno rival", afirma.
Para alcançar tal objetivo, as técnicas estao apostando nas raízes brasileiras. "As apresentaçoes das norte-americanas sao meio que robotizadas na água. Vamos investir na ginga e nos movimentos assimétricos de nossas atletas, a começar pelas músicas escolhidas", ressalta Andrea.
A equipe do Brasil irá participar das provas de dueto e de conjunto. As duas coreografias do dueto, que serao comandadas pelas gêmeas Carolina e Isabela, serao realizadas ao som da Banda Mantiqueira, que apresenta uma espécie de chorinho; e de Tom Zé e Miguel Wisnik, um chorinho. Na prova de conjunto, na qual oito atletas nadam e uma fica de reserva, as duas coreografias serao realizadas ao som de Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, e uma música folclórica nordestina. "Temos de apostar em nossas raízes", completa.
Com descanso apenas às segundas-feiras, a seleçao vem treinando duro no eixo Sao Paulo-Rio. De terça a quarta-feira, de três a quatro horas diárias, as atletas treinam em separado nos respectivos clubes. De quinta-feira a domingo, elas se juntam e ficam uma semana em Sao Paulo e na outra no Rio. Nesse caso, com treinos em dois períodos, o número de horas chega a aumentar de seis a sete no dia.
"É cansativo, mas vai valer a pena", diz Juliana Moura, 18 anos, uma das mais novas do grupo, que pratica nataçao sincronizada desde os 10 anos no Paineiras. A atleta, que faz o primeiro ano de matemática na USP, conta que várias vezes tentou largar o esporte, mas nao conseguiu. "É um vício", ressalta Juliana, que pensa em parar após o Pan. "Tenho de me dedicar melhor aos estudos e investir na minha vida, que acabam ficando em segundo plano", confessa, meio sem convicçao, a campea brasileira e sul-americana em dueto pelo clube.
Depois de parar por três anos, devido à tendinite no ombro, Danila Bezerra Leao voltou neste ano para a nataçao sincronizada e já foi convocada para a seleçao. Estudante do segundo ano de arquitetura no Mackenzie, a atleta tenta driblar algumas matérias para poder treinar no Paineiras, clube do qual é sócia e onde começou na modalidade, aos 11 anos. "Ainda nao estamos no ponto certo, o que deverá ocorrer bem mais perto da competiçao. Nosso objetivo é a medalha de bronze, que deveremos disputar com o México", diz a campea sul-americana.
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