No espetáculo Quartett, em cartaz a partir de hoje, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, duas pessoas tornam-se quatro. As quatro podem transformar-se em mais, todas com um único objetivo: a sedução.

Uma adaptação de João Gabriel Carneiro para o texto homônimo do dramaturgo alemão Heiner Müller – que, por sua vez, já o havia adaptado de uma obra de Chordelos de Laclos, Lês Liaisons Dangereuses, escrita em 1782 –, o espetáculo traz Beth Goulart e Guilherme Leme como um casal contemporâneo que acompanha o tempo passar dentro de um apartamento.

Entre eles, são estabelecidos jogos de sedução cujo único objetivo é provocar a queda e a ruína de inocentes e virtuosos. “Na história, apenas dois personagens, Valmont e Merteuil, manipulam todos os outros”, explica a atriz.

Originalmente com papéis diversos, o dramaturgo simplifica o enredo, focando a trama no casal protagonista, que, em determinados momentos, incorpora outros personagens.

O jogo dos amantes ganha, então, uma nova dimensão. Assim, os atores, ora são sedutores, ora seduzidos.

CENÁRIO

Em 1988, o texto ganhou reconhecimento internacional depois que Stephen Frears o levou aos cinemas, sob o nome Ligações Perigosas, com Glenn Close, John Malkovich e Michelle Pfeiffer.

Desta vez, o diretor Victor Garcia Peralta trouxe como solução cênica uma projeção com imagens de uma cidade, que oferece a idéia de passagem de tempo. “Na verdade, nosso cenário é uma vídeo-instalação”, define Beth Goulart, que também supervisiona a produção da peça.

Quartett. Teatro. No Centro Cultural Banco do Brasil – Av. Álvares Penteado, 112. Tel.: 3113-3651. Ingr.: R$ 7,50 (meia-entrada) e R$ 15. 5ª a sáb., às 19h30; dom., às 18h. Até 20 de abril.