Criado em 1998, o programa Santo André Mais Igual faz ações físicas e de inclusão social em favelas. A comitiva foi ver os resultados práticos do dinheiro alemão e europeu (dos 4 milhões de euros liberados pela Comissão Européia, 25% vieram da Alemanha) investido na urbanização de quatro favelas: Sacadura Cabral, Tamarutaca, Quilombo II e Capuava.
Na visita à Sacadura Cabral, o co-diretor de unidade de gestão do programa – o braço brasileiro do controle financeiro do programa –, Joel Felipe, expôs as ações de urbanização e de geração de renda feitas na favela. As costureiras aproveitaram para reclamar: “Não está vindo o serviço e, quando vem, temos um custo muito alto para manter o aluguel, água, luz da oficina”, disse a coordenadora da cooperativa, Angelina Nunes de Oliveira. Os alemães prometeram levar a reivindicação ao prefeito João Avamileno.
Impressões – A impressão dos alemães foi positiva. A chefe da delegação, a deputada federal Karin Kortmann, que esteve pela primeira vez no Brasil. “É um programa digno de apoio e fomento. Há três pontos importantes: a integração dos moradores com o programa; o fomento de atividades econômicas, como o microcrédito; e o respeito pela dignidade das pessoas, que saíram de barracos para viver em casa própria.” Ex-ministro do Trabalho, o deputado Walter Riester, disse ter tido “a impressão de que as coisas estão se movimentando, se desenvolvendo”.
A comitiva seguiu para a favela Espírito Santo, com cerca de 7 mil famílias, para ver a aplicação da metodologia alemã de Diagnóstico Rápido Urbano Participativo, adotada pela Prefeitura. O método consiste no planejamento das ações com efetiva participação dos moradores, como explicou o secretário Adjunto de Desenvolvimento e Ação Regional, da Prefeitura de Santo André, Luis Paulo Bresciani.
O cenário de favela aberta da Espírito Santo, inexistente na Alemanha, causou forte impressão. “Na Alemanha também há problemas sociais na áreas periféricas das grandes cidades, mas não se compara com aqui”, disse Karin.
Encerrando a visita, a missão almoçou com o prefeito da cidade, João Avamileno, que demonstrou interesse em manter o “laço de cooperação”. De Santo André, a comitiva partiu para São Paulo e depois embarcariam para Brasília.
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