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Nostalgia à toda prova
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
29/07/2010 | 07:27
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A nostalgia referente a períodos em que nem eram nascidos costuma ser marca dos fãs de rock'n'roll, não importa a vertente que mais apreciem. A Festa do Vinil, realizada a partir das 22h de amanhã na ADC (Associação Desportiva Classista) da GM, em São Caetano, promete ser um resgate dos hits dançantes do gênero, privilegiando sobretudo o período entre os anos 1960 e 1980. O DJ da noite não poderia ser mais apropriado: Kid Vinil, que surgiu como vocalista da extinta banda Magazine.

Apesar da coincidência do nome, o baile não é ligado ao DJ nem a feiras de discos comuns na região. Trata-se da abertura da 3ª ABC Expocar, realizada entre amanhã e domingo no Espaço Verde Chico Mendes. Os ingressos para a festa vão de R$ 30 (mesa) a R$ 40 (convite). Informações pelo telefone 4226-1415.

Além de DJ, Kid Vinil é um dos ícones da última década contemplada pela festa. "É engraçado como a safra dos anos 1980 foi tão marcante para as pessoas. E isso desde os anos 1990. É algo que não consigo entender", ri Kid. "Eu acho bom essas saudades. Mas eu não desprezo as décadas anteriores", completa ele, que costuma ocupar as pick-ups de festas temáticas com bastante frequência.

Nesta passagem pelo Grande ABC, Kid preparou um misto de canções brasileiras e de artistas gringos de todas as épocas. "É essencialmente um flashback. Então passo por Beatles, Roberto Carlos, Renato e Seus Blue Caps, Donna Summers, New Order, Paralamas do Sucesso", exemplifica.

Seguro em seus 31 anos de experiência - começou discotecando em festas das emissoras de rádios nas quais era locutor - tem apenas uma regra para não esvaziar a pista: evitar tocar músicas que o público não conheça. "Tem de sentir o público, porque tocar algo desconhecido é quase uma ofensa. Quem sai de fim de semana em geral quer cantar junto", revela.

Além de discotecar, ele também deve relembrar os sucessos como vocalista, como Eu Sou Boy. A banda que o apoiará é a Somrisal, cover dos Mamonas Assassinas, que também garante o clima divertido ao baile (leia mais na reportagem ao lado).

Figurino sessentista - A intenção dos realizadores é proporcionar uma noite parecida com o clima de filmes como American Grafitti (1973) e Grease - Nos Tempos da Brilhantina (1978), ambientados em cenários com carrões exuberantes, lambretas, jeans, topetes, rabos-de-cavalo, jaquetas de couro e vestidos com saia rodada. "Apesar de esta ser a terceira edição da exposição, é a primeira vez em que fazemos uma festa como essa. Abríamos com jantar, algo bastante solene, mas queríamos algo mais divertido", afirma Balbo Santarelli, um dos organizadores.

Embora o traje típico não seja obrigatório para ter acesso ao baile, qualquer um dos presentes poderá participar de aulas na pista de dança. Colecionadores que quiserem comparecer ao local com suas máquinas também podem consultar a disponibilidade de vagas gratuitas para estacionar bem em frente à entrada do clube. "A ideia é organizar uma pequena exposição lá também", explica Santarelli. As vagas, porém, são limitadas.

1ª Festa do Vinil - Com Kid Vinil e Mamonas Assassinas Cover. Amanhã, a partir das 22h. Na ADC-GM - Avenida Goiás, 2.905, bairro Barcelona. Informações: 4226-14145. Ingr.: de R$ 30 a R$ 40.

Mamonas cover preserva memórias
Junto às máquinas de duas e quatro rodas que estarão à vista do público da Festa do Vinil amanhã, um veículo em específico deve destoar enormemente: uma Brasília amarela, ano 1978. Trata-se do carro utilizado no clipe de Pelados em Santos, o primeiro sucesso da meteórica carreira da banda Mamonas Assassinas, cujos integrantes morreram em um acidente de avião em março de 1996.

O carro hoje faz parte da coleção do empresário Marcelo Guerreiro, que além de ser um apaixonado por motores, também é baterista da banda cover dos Mamonas, a Somrisal. "A Brasília ficou com eles e depois acabou com um parente do Dinho (vocalista). Nós a compramos e hoje a levamos para diversos lugares em que vamos nos apresentar", afirma.

Formado ainda por Will Sabber (vocais), César Guerreiro (baixo), Guilherme Bocão (guitarra) e Rafael Agostinho (teclados), o quinteto começou a fazer versões das músicas da banda de Dinho e companhia ainda quando eles estavam em atividade.

"Foi o próprio Dinho que batizou a nossa banda cover. Nós nos conhecíamos de tocar na noite e ele até brincou: ‘Eu sempre estraguei a música dos outros e agora vocês é que vão estragar a nossa'", lembra o baterista.

Apoiados no curtíssimo tempo de fama da banda de Guarulhos, há quase 15 anos a Somrisal faz pelo menos quatro shows por mês tocando o repertório de pérolas da banda, incluindo Robocop Gay, Sábado de Sol e Vira-Vira.

A irreverência, que foi o grande diferencial do grupo à época, continua guiando a Somrisal, que sobe ao palco com os mesmos figurinos de presidiário que os originais, além dos grandes chapéus. "Nós interagimos com o público da mesma forma."




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