Chegou a hora do recomeço. O amistoso do Brasil contra os Estados Unidos, às 21h de hoje (horário de Brasília, no SporTV), no New Meadowlands Stadium, em Nova Jersey, não passaria de um simples detalhe no calendário de amistosos da CBF depois da fracassada campanha da equipe nacional na Copa da África do Sul. Porém, a estreia do técnico Mano Menezes - como herdeiro da Era Dunga - sugere o que há de mais renovador tanto no grupo quanto na mentalidade implantada pelo comandante.

Sem os medalhões que fracassaram no recente Mundial, Mano aposta nos garotos que, aos pés de Paulo Henrique Ganso - e ao ritmo dos experientes Robinho, André Santos, Thiago Silva, Ramires e Daniel Alves - podem compor a clássica base do futuro. Não haverá mais espaços para o futebol defensivo. Ao contrário. Agora, ressurgem os tempos, quem sabe, da ousadia cobrada insistentemente na boca dos torcedores.

De cara, Mano desafia o tabu que derrubou os três antecessores - Dunga, Carlos Alberto Parreira e Luiz Felipe Scolari - derrotados logo na estreia. Portanto, o resultado favorável diante dos ascendentes norte-americanos também simbolizaria o primeiro sinal dos bons ventos que voltariam a soprar na galeria dos pentacampeões.

A descontração no ambiente não deixa nenhuma dúvida: Paulo Henrique Ganso é um dos mais animados no meio da turma. "Acho bom assumir tanta responsabilidade na minha carreira. Não tem nada igual isso aqui (a Seleção)". Quanto a executar ou não a mesma tarefa desempenhada no Santos, o meia procurou desconversar. "Não falamos a respeito disso", garantiu Ganso.

O lateral-direito Rafael, o último a se apresentar ontem à tarde à comissão técnica, atendeu pacientemente os poucos fãs que lá estavam para recepcioná-lo nas dependências do hotel. O ala tirou fotos e distribuiu autógrafos. Já o corintiano Jucilei e o ex-são paulino Hernandes (negociado à Lazio) apareceram pela manhã.

O estádio tem capacidade para 73 mil lugares. Até ontem, foram vendidos 62 mil ingressos. (com Agências)

 
Ricardo Teixeira libera geral aos fãs

Antes do treino de ontem à noite, no New Meadowlands Stadium, em Nova Jersey, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, reuniu o elenco para pedir que todos fiquem próximos dos torcedores. Entre outras coisas, o dirigente recomendou que ninguém recuse autógrafos ou evite fotos na hora do assédio.

Os jornalistas não tiveram acesso ao contato reservado, mas o assessor de imprensa Rodrigo Paiva revelou detalhes do encontro no hotel. Segundo ele, os atletas foram receptivos. "Gostamos. Agora, tentaremos cumprir aquilo tudo que combinamos", comentou Robinho.

PATO
Em 2006, Alexandre Pato, revelado na escolinha do Inter, era tido como uma das promessas do futebol brasileiro. Não demorou muito para Dunga o levar à Seleção. Ao se transferir para o Milan, Pato inicialmente curtiu a reserva, mas, aos poucos, já se impunha pelo estilo ágil que o caracterizava. Era uma das presenças assíduas nas listas do técnico que, apesar de tudo, não o levaria ao Mundial da África do Sul.

"Não me senti frustrado. Pelo menos procurei entender. O que mais me interessa é o presente. Quero aproveitar a chance para provar que tenho condições de vestir essa camisa", avisou o atacante, bem diplomático na entrevista coletiva.

Na Era Dunga, Pato disputou exatos oito jogos no time principal e seis na equipe olímpica (em 2008, bronze nos Jogos de Pequim). Ele admite que teve alguns altos e baixos na carreira. Mesmo assim, acredita que pode achar o ponto de equilíbrio para conquistar definitivamente a confiança do técnico Mano Menezes.

"Estou consciente de que isso depende só de mim. Quero batalhar como nunca pelo meu espaço como titular, mas o simples detalhe de pertencer ao elenco é importante. Não vou decepcionar." (das Agências)