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Vídeo: 'Desejo Proibido' discute lesbianismo
Melina Dias
Da Redaçao
28/08/2000 | 16:00
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Na semana passada, a imprensa noticiou o rompimento de relaçoes entre o mais famoso casal gay dos Estados Unidos: as atrizes Anne Heche e Ellen DeGeneres, que viviam juntas há três anos e meio. Segundo os jornais, as duas garantiram que tudo foi feito amigavelmente e que, juntas, viveram grandes momentos. Anne Heche, uma atriz pouco conhecida em Hollywood, era namorada do comediante Steve Martin quando conheceu Ellen. Em maio de 1997, revelou sua homossexualidade e o casal estourou na terra do cinema escandalosamente, como se nunca houvesse existido em Hollywood lésbicas ou famosos galas gays, pelos quais suspiraram nas matinês as mulheres que hoje já sao avós, como Rock Hudson e Tyrone Power, por exemplo.

O fato é que Heche e Ellen DeGeneres passaram a ser ícones do movimento gay americano, com direito a participar de um jantar na Casa Branca de Bill Clinton. Mas, conforme informaram os jornais logo depois, a separaçao nao fez bem a Anne Heche. Ela acabou internada em um hospital em circunstâncias obscuras, após ter sido encontrada numa estrada da Califórnia onde seu carro havia enguiçado. Andou cerca de 2 km a pé e teria batido na porta de uma casa dizendo frases desconexas.

Se você tem algum interesse em saber quem sao essas duas mulheres evidentemente corajosas nas atitudes (enfrentar o machismo é coisa de louco, ou de loucas) pode alugar dois filmes em vídeo. O primeiro, O Preço de Uma Escolha, discute superficialmente o tema do lesbianismo e tem a participaçao de Heche. Ela também pode ser vista, como intérprete, no recente O Terceiro Milagre, que nao trata de homossexualismo; e interpretou Seis Dias, Sete Noites, uma das grandes bobagens que Harrison Ford, carismático, se dignou a desempenhar apenas para aumentar o seu já polpudo saldo bancário. Enfim, Anne Heche é uma atriz que nao decolou.

Mas o desenlace entre Heche e DeGeneres nos leva a ver ou rever Desejo Proibido, uma produçao bancada pela HBO e que tem detalhes muito curiosos. Por exemplo, o primeiro episódio tem nada menos do que a inglesa Vanessa Redgrave no papel de uma mulher de meia-idade que curte há anos um relacionamento com outra da mesma idade (Marian Seldes). Quando a amiga morre, ela, Edith, começa a enfrentar os problemas de uma sociedade que nao aceita e muito menos entende as relaçoes entre as duas. O episódio é aquele que mais se relaciona com a realidade. E quando ficçao e realidade estao quase próximas, o jeito é desconfiar que a história ambientada em 1961 e dirigida por Jane Anderson, acabou sendo uma antecipaçao do que viria a ocorrer mais de trinta anos depois entre o casal DeGeneres-Heche.

No segundo episódio do filme, uma feminista ferrenha (Michele Williams) se apaixona por uma lésbica (Chloe Sevigny). Mas, no terceiro, dirigido por Anne Heche, aparece Sharon Stone, uma das mulheres mais sensuais do mundo, formando com Ellen DeGeneres o casal que decide ter um filho e precisa procurar um doador de esperma. O espectador só descobre no final quem é que vai dar à luz a criança.

Diante de tantas confusoes sobre quem é e quem nao é o espectador mantém as dúvidas. Sharon Stone, por exemplo, atuando ao lado de DeGeneres, parece um total desperdício. Mas, também ela entrou na briga pela defesa das lésbicas e dos direitos dos gays. Muito justo.




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