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Violência cresce ao pé do Paço de Sto.André
Maurício Rodrigues
Da Redaçao
05/10/2000 | 19:43
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  A regiao onde está instalada a Delegacia Seccional de Santo André - Vila Bastos e bairro Bela Vista -, próximo ao Paço Municipal, vive uma das piores ondas de violência de sua história. Os moradores enfrentam constantes arrombamentos e roubos. Em 15 meses, três pessoas foram assassinadas na área. A situaçao é tao grave que o padre José Pedro Teixeira de Jesus, 43 anos, alterou o horário da missa na igreja Sao José Operário das 19h para 15h. "As pessoas passaram a ter medo de sair à noite", disse o pároco, vítima de assalto em maio, em frente à casa paroquial.

Na área é difícil encontrar um comerciante que nao tenha sofrido o ataque de ladroes. Dono de uma mercearia, Gilberto Schiavinatto, 42 anos, contabilizou 20 ataques - seis arrombamentos e 14 assaltos - em dois anos. Apesar da quantidade, ele repete a regra entre as vítimas: nao registrar a ocorrência. "A primeira vez foi a última. Além da demora na delegacia, os policiais me trataram pior do que bandido. Eu esperava ser auxiliado pela polícia", afirmou a vítima.

O aposentado Douglas Wohnrath, 67 anos, também resolveu solucionar o problema com as próprias maos. Depois do arrombamento da casa onde mora a sogra Carolina, no bairro Bela Vista, ele instalou grades de proteçao. "Nao procurei a polícia. Para quê?", disse Wohnrath.

Outro alvo dos ladroes sao os aposentados. As irmas Alice, 65 anos, e Amantina Alves Ribeiro, 67, alertaram para um ladrao que utiliza uma bicicleta. Segundo elas, os ataques acontecem durante o dia. "Aqui foi um lugar muito tranqüilo. Dava para sair à noite. Hoje dá medo até de ficar dentro de casa", desabafou Amantina.

O último crime violento na regiao aconteceu no dia 19 de setembro. O microempresário André Carlos Catalane, 55 anos, dono da Auto Funilaria e Pintura André, foi assassinado durante tentativa de roubo. Ele recebeu um tiro no peito quando estacionava a picape Ford F-1000 na rua Eduardo Monteiro, a poucos metros de casa. Quatro homens que ocupavam um Golf azul cercaram o veículo.

Para a viúva Magda Catalane, 48 anos, a polícia também é vítima. "O governador nao dá condiçoes aos policiais para trabalharem melhor. Os bandidos agora caçam até os policiais", disse Magda. O crime continua sem esclarecimento.




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